Maçãs brasileiras são premiadas na Italía e alavancam vendas no mercado global

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Variedades Luiza, Venice e Isadora, desenvolvidas pela Epagri, conquistam reconhecimento internacional com parceria do grupo Rivoira

Da Redação

As maçãs Luiza, Venice e Isadora, desenvolvidas pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), foram premiadas como “Melhor Maçã do Ano” na Itália em 6 de fevereiro (2025), durante o evento Protagonisti della Ortofrutta Italiana. O reconhecimento ocorreu após parceria com o grupo fruticultor Rivoira, que cultiva as variedades sob a marca Sambóa® em solo europeu. 

A premiação reforça a qualidade das frutas, resultado de mais de 50 anos de pesquisa em melhoramento genético pela Epagri. Desde a década de 1970, a empresa catarinense já lançou mais de 20 cultivares de macieira. A colaboração internacional, iniciada há 25 anos, permitiu que genótipos desenvolvidos no Brasil fossem testados na Europa pela empresa francesa IFO. “A honraria comprova o alto padrão das maçãs, que combinam sabor excepcional e adaptação climática”, afirmou Marcus Vinicius Kvitschal, pesquisador da Epagri. 

Em 2019, representantes do grupo Rivoira visitaram o Brasil após avaliar positivamente as variedades em testes na França. Em menos de um ano, adquiriram direitos exclusivos de cultivo fora do território brasileiro, iniciando o projeto Brazilian Variety. Atualmente, a Sambóa® possui 200 hectares na Itália e planeja expandir para 4 mil hectares em cinco continentes até 2030. 

Kvitschal destacou que a marca prioriza colheitas de frutas maduras, garantindo doçura e crocância durante todo o ano. “A Sambóa® ganhou destaque em feiras europeias pela qualidade sensorial”, explicou. Contudo, o sucesso internacional contrasta com a realidade brasileira, onde variedades como Gala e Fuji dominam 90% do mercado. “Novos híbridos enfrentam resistência comercial aqui, apesar de vantagens como resistência a doenças e produção precoce”, ressaltou o pesquisador. 

Estudos da Epagri apontam que as variedades Luiza, Venice e Isadora têm adaptação climática, menor dependência de agroquímicos e maior vida útil pós-colheita. “Precisamos seguir o exemplo italiano, que investe em diversificação mesmo com marcas consolidadas”, concluiu Kvitschal.