Dermatologista Ana Carolina Búrigo reforça a importância do cuidado com a pele
Criciúma
Com o crescente movimento em direção à autenticidade nas redes sociais, o Instagram começa a ver um declínio no uso excessivo de filtros. Esse fenômeno não apenas transforma a maneira como as pessoas compartilham suas imagens, mas também impacta profundamente a percepção da pele real e os padrões de beleza. Ao celebrar imperfeições e a naturalidade, essa tendência representa uma mudança significativa na forma como os usuários se veem e se conectam uns com os outros, promovendo uma autoestima mais saudável em um mundo cada vez mais virtual.
“O Instagram teve a decisão de remover os filtros criados pelos usuários a partir de 2025. Como dermatologista, eu acompanho de perto essa relação da saúde com a influência das redes sociais e considero uma medida positiva que pode ter um impacto significativo na percepção de como é a nossa pele real. Os filtros, podem promover uma visão distorcida da beleza, onde a perfeição é exaltada e sabemos que essa perfeição é um padrão inalcançável, pois a pele real tem poros, manchas, rugas, cicatrizes. Essa busca incessante pela perfeição, reforçada por essas imagens que podem ser manipuladas, por vezes alimenta delírios de que todos nós devemos ter uma pele impecável”, comenta a dermatologista Ana Carolina Búrigo, da Clínica Belvivere.
Para a dermatologista, sem os filtros, existe a oportunidade de promover a aceitação da beleza natural em que tem uma diversidade de tons de pele, de texturas e essas características únicas que devem ser celebradas. “Não podemos nos esconder por meio de um filtro. Quando a gente começa a expor as imagens não editadas, a gente começa a entender que as marcas de expressões, as sardinhas e as imperfeições são parte do que somos e todo mundo vai ter alguma marca. Essa mudança pode reduzir essa pressão social e, consequentemente, a ansiedade, principalmente nos adolescentes, relacionada à aparência estética”, observa.
Aceitação
A dermatologista da Clínica Belvivere frisa que sem filtros nas redes sociais, as pessoas aceitarão a condição da pele. “Neste sentido, encorajando uma visão mais saudável e, por que não, ser motivado a cuidar da sua pele de uma maneira adequada, ao invés de camuflá-la por meio digital. Se tenho um problema com acne, vou procurar meu dermatologista para tratar, ao invés de usar um filtro. As pessoas vão entender a importância da hidratação, da proteção solar, ao invés de colocar um filtro em que a pele fique perfeita”, destaca.
Conforme Ana Carolina, a retirada dos filtros do Instagram é um passo importante para que haja promoção da autenticidade e da aceitação da beleza real. “Como dermatologista, vejo essa mudança como uma oportunidade valiosa para podermos educar e empoderar as pessoas, abraçar a sua pele como ela realmente é, promovendo a saúde e o bem-estar, ao invés de padrões inalcançáveis de beleza. O objetivo é cultivar uma cultura que valoriza a autenticidade e a beleza em todas as suas formas, e isso vai muito de encontro com o padrão de beleza que a dermatologia está vivendo hoje em dia, que é a beleza sutil e delicada, sem extravagâncias, sem distorções”, pontua.
