Especialista em empresas familiares abordou na Acic os pilares que mantêm organizações sólidas e longevas por gerações

Criciúma

A profissionalização e a governança em empresas familiares pautaram a palestra promovida pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic) na noite de segunda-feira (19), integrando as celebrações pelos 80 anos da entidade. O tema foi abordado pelo conselheiro e consultor empresarial Emílio Da Silva Neto, especialista no assunto.

“Entendemos que é extremamente oportuno promover uma palestra dedicada às empresas familiares, devido a sua importância para a economia da nossa região. Independentemente do porte das organizações, existem desafios próprios desse tipo de negócio, tão bem abordados nesta noite pelo nosso convidado. Essa é uma discussão necessária”, entende o presidente da Acic, Valcir José Zanette.

“O Brasil é um país onde a empresa familiar é predominante, então, ela precisa ser preservada. E isso é muito fácil, não é complicado. É só saber separar emoção e razão. Isso não é novo, mas às vezes precisamos relembrar o óbvio. Muitas empresas fecham devido a brigas na família. Os conflitos precisam ser resolvidos. Não há razão para brigar pelo poder. É preciso união para não enfraquecer o negócio”, considera o palestrante.

Da Silva Neto explica que, na empresa familiar, a família possui a propriedade, o patrimônio, influência nas diretrizes da gestão, emprega seus valores e, principalmente, determina o processo sucessório. E todos esses aspectos precisam ser levados em consideração.

Profissionalização

O especialista falou sobre os pilares que mantêm organizações sólidas e longevas por gerações, como a importância de cada membro da família reconhecer suas habilidades, responsabilidades e obrigações, trabalhando de forma colaborativa e respeitando os demais envolvidos nos negócios.

“A empresa é o centro da família e profissionalizar uma empresa familiar não é expulsar todos que são parentes. Mas quem fizer parte das operações precisa se especializar e os sucessores têm que aprender a liderar e a gerir o patrimônio, porque isso vai impactar os negócios”, coloca.

“A profissionalização é criar regras para que cada um que estiver na família só possa entrar no negócio se tiver competência, formação e vocação. O maior equilíbrio que existe é quando se tem uma proporção de três para um na gestão – para cada familiar, três não familiares”, defende.

“Basicamente, governança é o modelo de gestão que respeita a todos os envolvidos no negócio. É todo familiar que estiver dentro da empresa ter que responder para quem está fora da empresa. Um dos princípios da governança é a transparência, a prestação de contas, a responsabilidade. Isso mantém a empresa saudável”, enfatiza.