Até o momento, entidade já arrecadou aproximadamente 500 toneladas de donativos. Objetivo é continuar com a mobilização

Criciúma

A Cruz Vermelha de Criciúma continua sua mobilização para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Até agora, aproximadamente 500 toneladas de donativos foram arrecadadas, e a entidade reforça a importância de manter o apoio nos próximos dias. O vice-presidente da Cruz Vermelha local, Almir Fernandes, destaca que a campanha será longa e que a comunidade precisa continuar contribuindo.

Os pontos de doação estão concentrados no Ginásio Colombo Salles, onde são priorizados itens de higiene pessoal, alimentos prontos e roupas adequadas para o clima. Voluntários são bem-vindos e podem se apresentar no local das 8h30 às 18h.

Governo de SC dá mais apoio ao RS

O Governo de Santa Catarina mobilizou várias entidades e profissionais para auxiliar o Rio Grande do Sul após as fortes chuvas e enchentes. Bombeiros, policiais, profissionais de saúde e da Casan foram enviados para diferentes frentes de ajuda. Até agora, mais de 3.778 pessoas e 519 animais foram resgatados, enquanto a Celesc e a Casan trabalham na recuperação da energia e água. Além disso, a solidariedade incluiu o envio de medula óssea e bolsas de sangue, assim como orientações da vigilância sanitária e assistência farmacêutica.

Mais de 2 milhões afetados

As enchentes no Rio Grande do Sul impactaram mais de 2 milhões de pessoas, resultando em resgates de 76,5 mil indivíduos e deixando 538.126 desalojados e 76.580 em abrigos. O número de mortos chegou a 149, com 108 desaparecidos e 806 feridos. Mais de 90% dos municípios foram atingidos, levando a cortes de energia em 241,1 mil pontos e falta de água em 136 mil domicílios. O tráfego rodoviário foi significativamente afetado, com 91 trechos bloqueados em 49 rodovias estaduais. O Aeroporto Internacional Salgado Filho permanece fechado, enquanto outros aeroportos operam normalmente.

Alguns já voltam para casa

Moradores de bairros como Cidade Baixa e Menino Deus começam a lidar com os estragos e prejuízos causados pelas inundações. As ruas anteriormente inundadas tornaram-se acessíveis novamente, permitindo que os moradores visualizassem os danos causados pela cheia do Guaíba.

Na Rua Joaquim Nabuco, Gilberto Dorig Nachtigall, proprietário da Ferragem Germano, relatou os impactos da inundação em seu estabelecimento, destacando a perda de mercadorias devido à entrada de água. Ele ressaltou: “O prejuízo foi grande. Entrou um metro de água lá dentro. Ferramenta enferrujada não dá para vender. Vou ter que descartar ou doar.”

No bairro Menino Deus, com a diminuição do nível da água, moradores e comerciantes começaram a descartar móveis e objetos danificados nas ruas. Equipes de limpeza da prefeitura já atuam na remoção dos resíduos e no desobstrução das vias afetadas.

Enquanto isso, em outras áreas, como a José de Alencar, a limpeza é intensificada, com foco na retirada de resíduos e lodo das vias públicas, visando restabelecer a normalidade da cidade. Equipes da prefeitura preparam um plano abrangente de limpeza para os bairros mais afetados, priorizando a desobstrução das avenidas de maior circulação.

Em meio às ações de limpeza, mais de 600 profissionais de saúde continuam a prestar assistência às vítimas da enchente em um hospital de campanha montado na região do gasômetro. O recuo das águas traz um alívio para os moradores, que aos poucos começam a retornar para suas casas.