Coluna Economia em foco – 25/06/2019

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A bolsa essa semana I

O índice Bovespa rompeu, ao longo da última semana, a máxima dos 100.000 pontos, e isso é um ótimo sinal dado pelo mercado financeiro quanto às expectativas da economia para os próximos meses. No presente momento, o índice marca 102.062 pontos (fechamento do dia 24/jun), tendo atingido a máxima de 102.617 pontos no pregão desse dia. A ruptura dos 100.000 pontos ocorreu dia 19/jun e, desde essa data, a bolsa apresentou quatro pregões com fechamentos positivos, acumulando 4,5% de crescimento nesses dias.

A bolsa essa semana II

O que esperar para os próximos dias? O pregão do dia 24/jun apresentou um “range” pequeno, ou seja, uma variação entre as cotações de abertura e fechamento muito pequeno. Isso indica uma possível desaceleração do ritmo de crescimento momentâneo com algumas pequenas “realizações” esperadas para os próximos dias. As realizações significam que alguns players do mercado financeiro tentarão realizar lucros acumulados ao longo desses últimos dias de alta intensificada, podendo ocasionar alguns pregões com fechamento negativo. Será uma ótima oportunidade para teste do patamar histórico de 100.000 pontos. Caso ele se comprove como um suporte sólido, temos então uma boa oportunidade para aumento das compras no mercado financeiro.

O dólar futuro essa semana

O patamar de suporte apresentado por essa coluna a algumas semanas atrás, de 3,874 R$/US$, foi rompido! Isso significa que os contratos de dólar futuro negociados na BM&F serão negociados no patamar inferior a esse valor com alguma força na tendência de queda. Devemos ficar atentos à ruptura do valor de 3,820 R$/US$, com a possibilidade de buscar cotações na casa dos 3,709 R$/US$ verificados entre os dias 12/fev a 20/fev.

Expectativas para a Economia I

O Relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BACEN, resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação, sendo sempre divulgado em todas as segundas-feiras. O relatório traz o comportamento semanal das previsões para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. Essas informações são muito influentes para a conduta da Política Monetária executada pelo BACEN, pois direcionam o rumo da taxa de juros SELIC. A previsão do mercado financeiro para o crescimento do PIB foi revisada para baixo: enquanto o mercado acreditava há quatro semanas que o crescimento do PIB seria de 1,23%, no presente esse valor foi reduzido para 0,87%, acumulando 17 semanas consecutivas de revisões em sentido de queda para esse indicador. Os analistas do mercado financeiro revisaram suas expectativas para a taxa SELIC, reduzindo o valor 5,75% ao ano até o fim de 2019. Quanto à inflação, mensurada pelo IPCA, também houve revisão das expectativas: o mercado considera que o IPCA pode atingir 3,82% até o fim de 2019. Há quatro semanas o mercado considerava que o fechamento de 2019 para o IPCA seria de 4,07%. O valor esperado para o dólar até o fim do ano permanece aumentou em comparação ao que se acreditava há um mês atrás, com valor esperado de 3,80 R$/US$ no fim de 2019.

Expectativas para a Economia II

O mercado tem revisto frequentemente o valor esperado para o saldo em Conta Corrente, mensurado em bilhões de dólares. Atualmente o mercado prevê que o saldo para o fim de 2019 será de US$ -23 bilhões. Essa conta registra as entradas e saídas devidas ao comércio de bens e serviços, bem como pagamentos de transferências do Brasil com o exterior. Há pouco mais de 4 semanas o mercado acreditava que esse valor seria ainda menor, em torno de US$ -25 bilhões. Os Investimentos Diretos no País esperados para 2019 foram estimados em US$ 85 bilhões, por sua vez, crescendo um pouco quando comparada a previsão de um mês atrás, estimada em US$ 83,29 bilhões.

Expectativas para a Economia III

Os analistas têm também revisado, para cima, suas expectativas quanto à evolução da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) em termos percentuais do PIB. Atualmente o valor estimado pelos analistas é que a DLSP corresponda a 56,28% do PIB em 2019 e com valor crescente ao longo do tempo, atingindo o máximo de 62,85% do PIB em 2022.

Economista Amauri de Souza Porto Junior – Professor do curso de Ciências Econômicas da UNESC – Contato: aspj@unesc.net