Sinte contesta medidas e planeja grande ato para esta terça-feira em Florianópolis para pressionar Jorginho Mello

Da Redação

Em meio à greve dos professores em Santa Catarina, o governador Jorginho Mello anunciou medidas como a contratação de professores temporários e o desconto das faltas dos grevistas. Mello declarou em um vídeo nas redes sociais que “vamos contratar imediatamente professores temporários para manter as salas de aula funcionando,” ressaltando a importância dos professores e justificando a decisão como resposta à intransigência de certos setores sindicais. Ele também mencionou avanços significativos na negociação com os professores, incluindo o aumento do vale-alimentação e um próximo concurso para contratar 10 mil novos professores.

“Com base nos portais de transparência de cada estado, Santa Catarina paga a maior média salarial da região sul aos profissionais da educação, superior em cerca de 15% à paranaense e aproximadamente 50% maior que a gaúcha”, comentou o governador.

Mello ressaltou que o Estado já aumentou mais de 100% o vale-alimentação. “Revisamos o desconto de 14% criado pelo governo anterior, aumentando, portanto, o valor que os aposentados recebem. Até o final de junho, vamos realizar o maior concurso da história de Santa Catarina, contratando 10 mil novos profissionais para trabalhar na educação. Também vamos viabilizar que todos os professores tenham um horário remunerado fora da sala de aula para planejar conteúdos e provas”, ressaltou.

Por outro lado, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) acusou o governador de disseminar desinformação e ameaçar os docentes. Evandro Accadrolli, coordenador do Sinte, criticou as promessas do governador como sendo requentadas e inadequadas, enquanto o economista do sindicato, Mauricio Mulinari, contestou as afirmações do governador sobre os salários, apresentando dados comparativos que mostram salários iniciais mais altos em outros estados do Sul.

Além disso, a legalidade da contratação de professores temporários foi questionada por José Sérgio da Silva Cristóvam, do departamento jurídico do Sinte, que afirmou: “É importante ressaltar que em todas as greves do magistério, historicamente, sempre houve reposição dos dias paralisados e nunca houve confirmação dos cortes de salário dos servidores”.

O Sinte também planeja um grande ato em Florianópolis para esta terça-feira (30), visando intensificar a mobilização e pressionar por propostas concretas que valorizem o magistério catarinense. Segundo Accadrolli, “a categoria merece essa valorização e valorização se faz com propostas concretas”. A resposta do sindicato evidencia uma clara divisão entre as partes e uma luta contínua pela valorização dos profissionais da educação no estado.