A respeito deste número, o diretor da DTT disse que “temos uma fábrica de infratores em Criciúma”, mas não revela o valor arrecadado

Criciúma

Os 55 novos modelos de radares espalhados por 131 faixas em Criciúma começaram a funcionar no último fim de semana. Não houve aumento de radares nem de faixas e, sim, apenas modernizado os equipamentos, segundo o diretor da Diretoria de Trânsito e Transporte de Criciúma (DTT), Gustavo Medeiros.

“No novo contrato, todas as faixas e os radares anteriores continuam no mesmo local, ou seja, não houve aumento de radares nem de faixas. Continua tudo como está. O que foi feito foi a modernização dos equipamentos, aos quais os radares passam a operar de forma mais eficiente e precisa na fiscalização do trânsito, incluindo a capacidade que já tinha antes também, da leitura de placa, a OCR [reconhecimento ótico de caracteres], a velocidade do veículo, a parada sobre a faixa e o avanço do sinal vermelho”, detalhou o diretor em entrevista ao jornalista João Paulo Messer, da Rádio Eldorado.

Conforme Medeiros, a tecnologia utilizada anteriormente apresentava alguns problemas. “Antes nós tínhamos uma tecnologia intrusiva, que é aquele corte no asfalto, que ia um laço ali e era aferido pelo Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia], ou seja, essa tecnologia dava muito problema porque abria um buraco em cima do laço, o laço cortava, não funcionava mais o radar, não operava, e teria que colocar um laço novo, o Inmetro precisava aferir e depois colocar o asfalto. Então isso levava de 30 a 60 dias. Hoje, com a nova tecnologia, a qual é o Doppler. Esses aparelhos espalhados operam a laser. Qual o raio de funcionamento dele? É da onde ele tá instalado até o semáforo. Ele vai pegar da onde ele tá instalado até o semáforo, coisa de 10 a 20 metros”, explicou.

Novos modelos

O diretor da DTT garantiu que são 55 radares espalhados por toda a cidade. “Nós não temos na cidade 160 radares, como estão falando, ou algo nesse sentido. Nós temos 55 radares espalhados pela cidade, aonde os pontos deles, todos eles são visíveis, não há pegadinha nenhuma. A sinalização está totalmente correta na frente de todos os radares, avisando onde eles estão para poder melhorar a vida do motorista, a vida do motociclista, do ciclista e do pedestre. Tudo para garantir a segurança deles”, frisou.

Medeiros ressaltou que é um radar para as três faixas da avenida Centenário, por exemplo. “A resolução diz que tem que ser dessa forma. Por exemplo, a velocidade é de 70 km/h, você pode passar até 77 km/h e não vai ser multado. No mês de janeiro de 2024, houve 3.874 infrações de trânsito por avanço de velocidade”, afirmou. “Imagina se nós não tivéssemos esses radares instalados nos semáforos para prevenir acidentes, atropelamento e facilitar a vida do ciclista e do pedestre, isso, acima dos 77 km, digamos. Nós não temos uma fábrica de multa, nós temos uma fábrica, sim, de infratores na cidade de Criciúma, que tem que respeitar o próximo”, acrescentou. .

O diretor, ainda, trouxe mais detalhes sobre as infrações de trânsito em Criciúma. “Em janeiro, 984 motoristas avançaram o sinal vermelho. Imagina se nós não tivéssemos um radar para controlar essa velocidade, inibir essa velocidade. Então, o que falta para o motorista, alguns motoristas, não é bem todos, é respeitar o próximo. Então, é nisso que o governo de Criciúma se preocupa, com a educação e com respeito ao próximo”, destacou.

Além disso, 457 infrações de trânsito foram aplicadas para motoristas que pararam seus veículos sobre a faixa de pedestre no último mês. “A gente se preocupa com o próximo e não em fazer uma fábrica de multa”, salientou.

Segundo o diretor, o novo edital foi feito em julho de 2023 porque acabou o contrato anterior. “Todo contrato tem um prazo. O contrato antigo era de 60 meses. Ele terminava agora em 16 de fevereiro de 2024. Como a gente sabe que é uma licitação que tem que trocar todo o parque tecnológico, instalação, fizemos em julho. Foi feito um pregão eletrônico ao qual a empresa vencedora foi a Focalli. A empresa que já tinha um contrato anterior”, explicou.

E o valor pago das multas?

Medeiros também falou sobre os valores pagos pelos motoristas por multas aplicadas. “Conforme está no contrato, 70% da fiscalização eletrônica fica para o município, 15% Polícia Militar e 15% Polícia Civil. Mas, é pago a empresa da fiscalização eletrônica, pago todas as despesas do contrato e o que sobra é rateado. A empresa recebe com o valor fixo. Seguem as normativas do Tribunal de Contas, as normativas 21 e 22”, pontuou. Dito isso, o diretor não falou sobre os valores mensais, em média, que o governo municipal recebe em virtude das multas.

Colaboração Rafaela Custódio, Portal Engeplus.