Entidade terá eleição nesta semana, e atual presidente fala sobre a expectativa

Criciúma e Região

Nesta quinta-feira (25), às 10 horas, acontece a eleição para a presidência da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec) e uma nova gestão deve assumir. Atualmente, a entidade é liderada por Agenor Coral, o Noi Coral, prefeito de Morro da Fumaça. Mas, ele teve um mandato cheio de desafios, pois um desentendimento entre prefeitos da Amrec fez com que as prefeituras de Criciúma, Forquilhinha, Nova Veneza, Siderópolis e Cocal do Sul, parassem de efetuar o pagamento da mensalidade para a Associação ainda no início de 2023.

“O ano de 2023 foi um ano difícil para a nossa Associação. Começou pelo descontentamento de alguns prefeitos pela contratação que fiz, contratação de um diretor-executivo. Então, houve uma dissidência, cinco prefeituras optaram por não fazer o pagamento das suas mensalidades e, com isso, já que o nosso orçamento era muito enxuto, não tinha praticamente sobra, ficou difícil de administrar. A gente teve que fazer algumas readequações, tivemos que fazer várias demissões. Hoje, a Amrec só permanece com o diretor-executivo e a zeladora do prédio. Não consegui implantar o que eu pensava”, afirmou o atual presidente em entrevista ao jornalista João Paulo Messer, da Rádio Eldorado.

Coral afirmou que não queria ser apenas mais um presidente, entretanto, não conseguiu alcançar seus objetivos e colocar em prática seus pensamentos. “Sempre comento que não quero ser mais um quadro na parede, quero assumir um compromisso e tentar sempre melhorar o órgão, a instituição, onde a gente é convocado para liderar, a gente sempre tem que pensar em fazer algo a mais. Mas, infelizmente, neste momento eu só tenho que pedir desculpa para a população da nossa Amrec, porque não consegui implantar, não consegui fortalecer a Associação, como a gente precisava”, frisou. 

O presidente da Amrec esclareceu que Forquilhinha pagou para a Associação as parcelas atrasadas, porém ainda faltam os outros quatro municípios. “A dívida gira em torno de 500 mil reais. Eles [prefeitos] precisam colocar em dia para terem direito a voto também e a serem votados”, explicou.

O prefeito de Morro da Fumaça garantiu que poderia tentar a reeleição da presidência da Amrec, entretanto, existe um combinado entre os prefeitos. “Pode haver reeleição. Só que, sempre houve um combinado, conforme o número de prefeitos, de partidos, se divide entre os quatro anos e cada município assume. Cada partido assume um ano na presidência. Só que, nós, sete prefeitos, entendemos que é uma responsabilidade, é um compromisso e também é um combinado de todas as prefeituras arcarem com seus pagamentos. A partir do momento que eles optaram por não fazer mais pagamento, eles diretamente prejudicaram a Associação, inclusive, a minha presidência. Entendemos que, também, não é uma retaliação, mas, como a gente passou um ano com dificuldade, praticamente pedindo esmola para poder manter a instituição aberta, a gente entende que temos o direito de colocar uma chapa e um desses sete prefeitos assumir agora em 2024”, ressaltou. “Pelo acordo lá atrás, quem assumiria? O acordo era, primeiro ano, o MDB, segundo ano, PSDB, terceiro ano, PP e último ano, PSD, mas houve uma troca, com isso, em 2024, o prefeito de Nova Veneza, Rogério Frigo, assumiria”, acrescentou.

Coral afirmou que o prefeito de Treviso, Valério Moretti, quer manter o combinado e não concordou em ter uma nova chapa para a eleição. “Ele não concorda diretamente com o nosso posicionamento. Mas, tranquilo, a gente entende também. Hoje, nós temos seis contra seis. Por isso, que nós temos dois pré-candidatos. O prefeito de Orleans, Jorge Koch e também o prefeito de Urussanga, Gustavo Cancellier. Se der empate, o prefeito mais velho assume, que seria o Jorge”, detalha. 

A crise na Amrec 

Quando se tornou presidente da Amrec, Coral substituiu a diretoria executiva da entidade. Demitiu Nelson Silva do cargo e contratou Clédio Fachin, por querer uma pessoa de sua confiança na função. Seis dos 12 prefeitos da Amrec pediram, então, que o prefeito de Morro da Fumaça colocasse Silva na diretoria do CIS-Amrec. Como não possui gerência sobre o consórcio, Coral alegou que não poderia fazer a substituição, gerando uma ruptura.

“Todo presidente tem o direito de contratar um profissional de sua confiança e, além de ser de minha confiança, escolhi um profissional que fosse capaz de trabalhar mais pela Amrec, não apenas uma indicação política, até porque ele nem é de Morro da Fumaça. Eu optei por essa escolha porque eu conheço histórico, um profissional muito bem-conceituado, ele foi oito anos secretário de administração, em Cocal do Sul. Jamais a gente vai considerar questão política, nem no meu governo, aqui em Morro da Fumaça não faço política, então, quanto mais em uma Associação que pertence a 12 municípios”, explicou.

Coral afirmou que a contratação do profissional não foi bem aceita e que tudo iniciou pela não demissão. “Essa contratação não foi bem aceita pelo prefeito de Cocal do Sul [Fernando de Faveri], até porque esse profissional sempre foi ligado ao PP, mas eu fui pesquisar e ele não participou da campanha, então não há por que ser contrário a essa contratação, até porque nós temos que ter um profissional muito bem capacitado, porque o prefeito não tem muito tempo, a gente tem a prefeitura para cuidar, temos que ter um profissional diferenciado na Amrec para buscar algo a mais. Em retaliação a essa não aceitação do prefeito, os outros quatro prefeitos seguiram o mesmo caminho. Até certo ponto, acreditava que o problema teria sido a não demissão do diretor do CIS-Amrec, mas a partir do momento que fiz a demissão desse funcionário que contratei, os prefeitos não voltaram, a partir desse momento que eles não voltaram, então entendi que foi uma retaliação ao meu próprio nome”, observou. 

Votação

O presidente ressaltou que nunca aconteceu votação na Amrec, pois sempre existiu acordo entre os prefeitos. “Teremos uma votação aberta. Este ano, mesmo com sete prefeituras, o orçamento fica um pouco melhor. Quem assumir vai poder fazer um trabalho muito melhor do que o prefeito Noi fez e a gente torce para isso. Independente de tudo que aconteceu, a gente espera sempre que os cinco prefeitos deem um passo atrás, repensem na situação e que votem a associação para a gente continuar forte”, pontuou. Colaboração Rafaela Custódio, Portal Engeplus.