Obra aprovada pelos cooperados tem retorno financeiro já assegurado para a Cooperativa
Da Redação
A Pequena Central Hidrelétrica, conhecida como PCH Boa Vista, aprovada pelos cooperados da Cooperativa Pioneira de Eletrificação, a Coopera, na Assembleia de 2020, entra na reta final de ajustes para ser entregue nos próximos 90 dias. Em execução entre os municípios de Lages e São Joaquim, a PCH é um modelo de geração de energia comum e eficiente no setor.
Por ser uma empresa de propriedade coletiva e cumprindo o quinto princípio do cooperativismo que prevê a informação para o cooperado, a Coopera explica os principais aspectos que envolvem esse investimento, incluindo o retorno financeiro para o cooperado.
Energia para o futuro
A energia produzida pela PCH será vendida e o resultado da comercialização, usado para pagar a obra e compor o resultado da cooperativa. “É fundamental ter essa visão de negócios do setor elétrico. As mudanças na área exigem a diversificação das atividades e um olhar para médio e longo prazos”, contextualiza o presidente da Coopera, Walmir Rampinelli.
O investimento na obra até o momento é de aproximadamente R$ 70 milhões. De acordo com Rampinelli, o retorno sobre ela é expressivo e garantido. “A energia que ainda nem está sendo produzida, já foi comprada em um Leilão Público de Energia por empresas como CEMIG, COELBA e LIGHT. Os contratos preveem a venda por 20 anos, renováveis por mais 20 anos. O faturamento estimado é de R$ 600 mil mensais, somando R$ 288 milhões para a Coopera até o final dos contratos”, conclui o gestor.
O que é uma PCH?
Existem várias maneiras de se gerar eletricidade. Uma delas é pelo movimento das águas dos rios. É isso o que faz uma Pequena Central Hidrelétrica, segundo explica o engenheiro eletricista da Coopera, Jefferson Spacek. “Depois de estudos para não haver prejuízo ao meio ambiente, é construída uma barragem para represar a água do rio. Também são construídas comportas e um vertedouro para controlar o nível da represa”, detalha o profissional.
Spacek informa ainda que a água represada segue para turbinas que se movem, acionam um gerador e, neste momento, a energia mecânica é transformada em energia elétrica. “Em seguida a energia tem a tensão aumentada e é conduzida pelos fios para ser distribuída”. O profissional completa a explicação, falando da eficiência deste processo. “A capacidade de geração de uma PCH é enorme quando comparada com outros modelos. Ela é três vezes mais eficiente que uma usina solar”, exemplifica ele.
Na PCH Boa Vista da Coopera, foram represadas as águas do rio Lava Tudo. A localização favorável à obra, foi um dos pontos que também postergaram a sua entrega. “Nosso cronograma foi fortemente impactado pelas chuvas dos últimos meses de 2023. Mas estamos trabalhando fortemente para entregar a obra à Coopera nos próximos noventa dias”, justifica Fábio Rigatti, diretor técnico da Vaccaro Construtora Ltda, empresa executora da obra.