Nas cervejas artesanais, riqueza histórica nos sabores e aromas

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Por mais que apresente alguns ingredientes que também compõe a variedade tradicional, bebida possui processo mais sofisticado e traz sabores cítricos e frutados

Forquilhinha

Bebida que pode misturar sabores ácidos, amargos, doces, com cores e aromas diferentes, a cerveja artesanal, por mais que apresente alguns ingredientes que também compõem a variedade convencional – como água, lúpulo, malte e levedura – tem ao longo de sua produção, processos mais diversificados, sempre com o olhar atento do mestre cervejeiro. No caso da cervejaria do Grupo EZOS, detentora das marcas Saint Bier, Coruja, Barco e Catarina, cada produto evidencia uma característica única, distribuídos em 20 diferentes estilos comercializados pelo negócio.

Um ingrediente que é fundamental para dar identidade à cerveja é o lúpulo. A flor (utilizada em pellet) é tão importante que a quantidade colocada na produção pode influenciar no aroma e no sabor, resultando em diferentes cervejas.

“As nossas receitas partem de um estilo base e, dependendo do perfil desejado, a quantidade de lúpulo utilizada trará menores ou maiores características à cerveja. Em estilos mais tradicionais, como Pilsen e American Lager, o lúpulo apenas trará um equilíbrio com o dulçor dos maltes, não sendo protagonista e deixando os sabores e aromas maltados em evidência. Já em outros estilos, como a IPA (India Pale Ale), a quantidade de lúpulo utilizado é maior, sendo ele o grande centro das atenções, trazendo amargor persistente e aromas frutados, cítricos e resinosos” detalha o gerente de produção da Cervejaria do Grupo EZOS, Edimar Kalfeld.

Além disso, o lúpulo tem a característica fundamental de proteger a cerveja contra qualquer bactéria que possa interferir no processo de fabricação. Como as bebidas artesanais são produzidas de forma individual, as marcas Saint Bier, Coruja, Barco e Catarina trazem estilos de outras culturas para a região.

Ou seja, a Saint Bier segue uma linha mais tradicional, com base na escola alemã, sendo a sua Pilsen o carro-chefe de vendas, de cor amarelo dourado, com notas de panificação e grãos, sabor maltado e alto drinkability. Já a Coruja tem um perfil mais ousado e com atitude, tendo em seu portfólio cervejas com aromas e sabores mais expressivos. A Coruja Viva, por exemplo, é uma Lager leve, fácil de beber e com aromas florais e cítricos, além de um amargor equilibrado e presente.

Um outro exemplo de produto diferenciado vem da Barco, que produz a cerveja ‘Viúva Negra’: uma bebida potente, que traz em seu aroma e sabor, notas acentuadas de caramelo, toffee, chocolate, passas, avelã e frutas secas. E por fim, a marca Catarina possui a Catarina Lager, adaptada para quem prefere baixo amargor. 

“Na cerveja artesanal, alguns aspectos vão se sobressair. Pode ser o dulçor ou o torrado do malte, a potência alcoólica, o amargor sutil ou mais persistente, além dos aromas cítricos, frutados, florais, resinosos e amadeirados do lúpulo ou, ainda, características advindas da fermentação. Temos percepções diferentes ao beber uma cerveja com maior complexidade, e isto torna a experiência única e nos convida a descobrir mais sobre o mundo das cervejas”, explica o gerente de produção.

No caso das cervejas artesanais, a temperatura ideal para consumo também faz toda a diferença. Conforme Kalfeld, quanto maior a temperatura, mais os sabores e aromas serão evidenciados. No entanto, a regra não se aplica para todos os estilos. “O nosso clima quente acaba influenciando no consumo, mas beber uma cerveja ‘estupidamente’ gelada, talvez, não seja a melhor opção. Nós recomendamos beber cervejas mais leves, como a Pilsen e a Weiss, entre 3 e 6°C; já uma cerveja mais alcoólica e mais complexa, como a Viúva Negra, deve ser consumida, idealmente, em uma temperatura de 7 a 10°C, pois essas cervejas mais complexas evidenciam o que possuem de melhor em temperaturas um pouco mais altas”, destaca.

Tempo de produção

O extremo cuidado com as cervejas artesanais não para nas fórmulas, sabores e aromas, pelo contrário, segue em toda a linha de produção, desde a formulação e o envase, até a chegada na mesa do consumidor. “Temos o maior zelo com os nossos produtos, acompanhando de perto todas as etapas de fabricação de cada lote, tendo um olhar muito cuidadoso com a qualidade das cervejas”, frisa o gerente de produção.

Cada uma das bebidas leva um tempo diferente da produção até o envase. Quanto mais complexa for a cerveja, mais longo será o processo de fabricação. Enquanto algumas menos complexas levam em torno de 14 dias até a data de envase, outras, como a IPA, precisam de 22 dias para chegar ao ponto ideal de consumo. E no caso da Stout e da Viúva Negra, esse prazo é ainda maior, 25 dias.

Passos para degustar uma cerveja artesanal

Atualmente, a Cervejaria do Grupo EZOS produz 20 estilos diferentes de cervejas artesanais, entre eles, os sabores mais apreciados pelo público: a Pilsen (Saint Bier), In Natura (Saint Bier), Belgian (Saint Bier), Weiss (Saint Bier), IPA (Saint Bier), San Diego (Barco), Viúva Negra (Barco), Viva (Coruja), Extra Viva (Coruja) e a Lager (Catarina).

Neste cenário, para quem deseja começar a degustar as cervejas artesanais, o recomendado é que inicie com a Pilsen da Saint Bier e/ou a Lager da Catarina. De acordo com o gerente de produção, neste quesito, essas são as melhores opções. “Elas trazem um corpo mais baixo, com notas doces de malte e cereais e baixo amargor, são cervejas leves e fáceis de beber”, descreve.

Posteriormente, à medida que o paladar for preparado, as recomendações podem seguir com a In Natura, Weiss, Belgian, Coruja Lager, Session IPA e IPA. “Produzimos nossos rótulos para quem deseja degustar e apreciar o melhor de uma boa cerveja”, aponta Kalfeld.