Prefeito e vice de Tubarão foram presos em fevereiro deste ano após serem alvos da Operação Mensageiro

Tubarão

Joares Ponticelli (PP) e Caio Tokarski (União) renunciaram aos mandatos de prefeito e vice de Tubarão. A carta de renúncia foi recebida pela Câmara de Vereadores na manhã de ontem (10) e o decreto de renúncia foi lido durante a sessão no início da noite. Os dois políticos foram presos durante desdobramento da Operação Mensageiro, que apura crimes de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina.

Atualmente a Prefeitura de Tubarão está sob comando, de forma interina, pelo vereador Gelson José Bento (PP), que era o presidente da Casa quando Ponticelli e Tokarski foram presos. Com as renúncias, Tubarão deve passar por eleição indireta. Neste caso, possíveis candidatos concorrerão ao cargo em votação realizada pelos vereadores.

Prisão domiciliar

Joares Ponticelli e Caio Tokarski estão presos e afastados dos cargos desde o dia 14 de fevereiro de 2023, data da terceira fase da Operação Mensageiro. No último dia 29, a 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina substituiu a prisão preventiva de Ponticelli por medidas cautelares. Desta forma, Ponticelli cumpre prisão domiciliar, mas com uso de tornozeleira eletrônica pelo prazo de 180 dias a contar da data da decisão. Ponticelli também não pode acessar a prefeitura e nem ter contato com qualquer testemunha, réu ou colaborador premiado da Operação Mensageiro.

Já Caio Tokarski segue preso, uma vez que Justiça indeferiu o pedido de substituição da prisão preventiva para domiciliar. “A soltura do réu, neste momento, basicamente poderia colocar em risco todas as investigações e a própria ação penal, ante o elevado poder de infiltração que Caio César Tokarski tem demonstrado, mesmo segregado”, diz a decisão.

“Espero provar a minha inocência”

Na carta encaminhada ao legislativo, o prefeito pediu compreensão e disse que vai provar sua inocência. Ponticelli afirma no documento que a renúncia do cargo foi uma decisão difícil de tomar. Após a prisão, há dez dias, o político voltou ao convívio da família, mas foi afastado do cargo de prefeito por mais seis meses.

“Não desonrei a confiança que me foi depositada ao longo destes 17 anos de vida pública… Sei que muitos gostariam de me ver reassumindo o mandato. Mas, não tenho o direito de pedir que me esperem por mais esse longo período, para não prejudicar o desenvolvimento da nossa cidade, pela qual tanto trabalhamos e nos doamos, que não resiste a tão longa interinidade”, enfatizou no documento.

No documento, Ponticelli também relata algumas das suas conquistas como político no município, passando na Câmara Legislativa de Tubarão há 26 anos e na Alesc em 2010, onde chegou a presidente daquela casa.

Nota oficial o atual prefeito

Em nota oficial, a Prefeitura de Tubarão se manifestou sobre o processo de pedido de renúncia:

O prefeito interino Gelson Bento, por este instrumento, informa que diante da notícia do pedido de renúncia do prefeito afastado Joares Ponticelli e do vice-prefeito Caio Tokarski, passa a acompanhar com atenção todos os desdobramentos do fato, na Câmara Municipal, onde ocorrem os devidos trâmites.

Enquanto prefeito em exercício do município de Tubarão, segue no comando das ações do Executivo, até que a Câmara Municipal, decida legalmente, por um sucessor. Reitera que o papel do Executivo neste momento é apenas de acompanhamento, cabendo ao Legislativo ordenar o processo de eleição de um novo prefeito.