A lua despiu seu véu

“Pescamor (Pinheiro Neto): As águas se abrem/ A lua se enfeita/ As estrelas descem/ Se achegam / É noite de pesca/ Pesca de dor, de frio, de sofrimento/ Olhos felinos, feridos, mãos tristes, mas tesas empunham as armas na batalha da vida/ Às vezes a lua se esconde/ Envergonha-se ante a luta insana/ Mas é noite de pesca/ De pesca da dor/ De pesca do amor.

Está linda! Sinto ternura e admiração. Deus nos permite viver momentos inesquecíveis…

A lua ilumina meu quarto de dormir e, agradeço a presença de Deus. Parece-me que a lua está conversando comigo, de longe. Encantadora.

O mistério nos rodeia, principalmente enquanto a lua nos envia mensagens. Ao entardecer, os pássaros se recolhem e quanta liberdade!

Muitos escritores escreveram sobre a lua. Cecília Meireles “Lua Adversa” – Tenho fases, como a lua. Fases de andar escondida, fases de vir para a rua… Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha… Álvares de Azevedo, “Soneto” – Pálida à luz da lâmpada sombria/ Sobre o leito de flores reclinada/ Como a lua por noite embalsamada/ Entre as nuvens do amor ela dormia… Vinícius de Moraes no poema “Canção de ninar meu bem” – Hoje a lua despiu seu véu/ E flutua a dormir no céu/ Na canção que de mim nasceu/ Meu amado adormeceu/ Dorme, meu amor/ Como no céu a lua/ Tu serás sempre meu e eu só tua…

A luminosidade da lua inspira os poetas.

Se for tarde da noite, será diferente, a lua já não será vista como antes, será? Há causos contados de pai para filho, verdade? Há mistérios provocados por seres fantásticos que se metamorfoseavam em coisas impossíveis e irreais. Observará cenas estranhas nos contos marcantes de Franklin Cascaes, um escritor que viveu em Florianópolis. Leia o livro “O Fantástico na Ilha de Santa Catarina”.

“Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?” (Mário Quintana)

“O luar é a luz do sol que está dormindo…” (Mário Quintana)