Jorginho Mello diz que foi produzida uma “tomografia” para se ter um diagnóstico da situação do Estado e traçar o planejamento de ações para a gestão

Da Redação

O primeiro mês do governo Jorginho Mello levanta um diagnóstico da situação do Estado e traça um planejamento de ações para a gestão. Ao longo de todo o mês, a Secretaria da Fazenda produziu uma “tomografia” das contas públicas do Estado. Saúde e Educação também realizaram levantamentos em suas áreas para entender as necessidades mais urgentes. Algumas medidas, como dar fim na fila de cirurgias, estão em andamento. Na próxima semana o estudo completo sobre a fila será divulgado.

Um ponto importante levantado nestes primeiros 31 dias foi o enfrentamento ao déficit deixado nas contas públicas, para garantir que todos os compromissos sejam honrados em 2023.

Em paralelo a isso, o governador focou na busca de recursos e parcerias para o Estado. “Meu lema é chegar fazendo. Claro que, antes de agir, é preciso saber onde estamos pisando, por isso esse diagnóstico inicial foi tão importante”, disse o governador Jorginho Mello.

Agendas do governador

A primeira viagem oficial de Jorginho Mello foi para o Meio-Oeste. O governador esteve em Herval d’Oeste, onde começou sua carreira política, e também foi a Joaçaba, onde visitou as obras de ampliação de melhorias da pista do aeroporto. Ao longo de janeiro, o governador esteve por duas vezes em Brasília, em reunião com governadores e a presidência da República, além de uma audiência com o vice-presidente Geraldo Alckmin. Uma das ações foi o pedido de abatimento da dívida com o Governo Federal pelos R$ 465 milhões em recursos estaduais investidos nas rodovias federais no Estado, além de formas de compensar as perdas com a queda na arrecadação de ICMS.

Além das reuniões com a equipe de governo, lideranças políticas, representantes dos poderes e setores econômicos catarinenses, Jorginho esteve em Pomerode, participando da abertura da tradicional festa Pomerana. O Governo do Estado também cedeu à Prefeitura de Florianópolis o imóvel que abrigou a antiga Escola Antonieta de Barros, que estava fechada há 14 anos e agora vai abrigar um importante centro cultural e de capacitação.

Cirurgias

Será lançado nos próximos dias um plano estadual que prevê estratégias em parceria com os municípios e a rede hospitalar para pôr fim ao problema da fila de cirurgias. Segundo o diagnóstico dos técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, 105 mil pacientes aguardam por cirurgias eletivas e outros 117 mil por consultas especializadas. Um mutirão de cirurgias oncológicas teve início já nos primeiros dias da nova gestão no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, movimento que deve ser estendido a outras unidades hospitalares. O Estado também buscou soluções junto ao Governo Federal. Está prevista a liberação pelo Ministério da Saúde, inicialmente, de R$ 20 milhões para SC nesse projeto.

Contas públicas

A Secretaria da Fazenda apresentou o diagnóstico das contas públicas de Santa Catarina, um levantamento de 300 páginas com dados sobre o desempenho das receitas e despesas estaduais nos últimos 10 anos. O estudo, preparado a pedido do governador Jorginho Mello, revelou um desempenho atípico durante a pandemia de Covid-19, o Estado obteve um aporte de quase R$ 6 bilhões em recursos extras num intervalo de três anos – na conta estão as transferências do Governo Federal para o combate ao coronavírus, a dispensa do pagamento de R$ 1 bilhão referente às parcelas da dívida pública com a União (2020) e o aumento da arrecadação tributária ocasionada pela inflação, pelo crescimento da atividade econômica (PIB) catarinense e pelo esforço fiscal da secretaria. Na outra ponta, houve a queda nas despesas com o lockdown e a chamada “reforma administrativa invisível” do Governo Federal, que congelou salários em todo o país.

A volta da normalidade, entretanto, escancarou o desequilíbrio entre receitas e despesas: SC encerrou 2022 com um déficit apurado até o momento de R$ 128 milhões na chamada Fonte 100, que é de onde saem os recursos usados no pagamento da grande maioria das despesas estaduais. Para 2023, serão necessários R$ 2,8 bilhões extras para honrar os compromissos assumidos em anos anteriores e cumprimento da previsão orçamentária.

Defesa Civil

O primeiro mês do ano foi marcado por chuvas intensas em algumas regiões do Estado, como Vale do Itajaí. A Defesa Civil de Santa Catarina e o Corpo de Bombeiros Militar também auxiliaram na pronta recuperação de municípios atingidos pelas fortes chuvas de janeiro como Ascurra e Rodeio, que registrou cinco vítimas fatais A Defesa Civil esteve no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, em Brasília, para tratar sobre recursos para SC, com o objetivo de ajudar os municípios que sofreram com algum tipo de evento adverso e, consequentemente, tiveram que decretar Situação de Emergência nos últimos meses.