Objetivo da visita foi conhecer práticas locais de prevenção e combate ao HIV e à Sífilis. Equipe da pasta realiza trabalhos de avaliação para concessão de certificações contra as infecções

Criciúma

Criciúma recebeu, na última semana, uma visita de representantes do Ministério da Saúde. A vinda da Equipe Nacional de Validação da pasta teve como objetivo vistoriar ações do município no combate a duas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), HIV e Sífilis. O trabalho fez parte da avaliação para o Certificado de Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e o Selo de Boas Práticas rumo à Eliminação da Sífilis Congênita.

Conforme consta no site do Ministério da Saúde, a transmissão vertical ocorre quando a criança é infectada por alguma IST durante a gestação, parto, e em alguns casos, durante a amamentação. Para dar início ao trabalho, a Secretaria Municipal de Saúde realizou, na quarta-feira (26), uma reunião com os representantes do ministério, instituições parceiras no combate às ISTs e técnicos do Programa de Atenção Municipal às ISTs, HIV e Aids (Pamdha).

“Nosso município tem um histórico de prevenção, concentramos muitos dos esforços das equipes para prevenir infecções. Já fomos reconhecidos nacionalmente pela qualidade de saúde de Criciúma, e vamos nos dedicar para conseguir mais essas certificações”, afirma o secretário municipal de Saúde, Acélio Casagrande.

“Foram dois dias de trabalho em conjunto. A sede do Pamdha foi o centro das visitas, uma vez que é onde são feitas as notificações, investigações, monitoramentos e acompanhamentos”, relata a coordenadora do Pamdha, Patrícia Oenning. De acordo com ela, Unidades Básicas de Saúde e o programa Consultório na Rua – que atende a população em vulnerabilidade social e em situação de rua – também receberam a visita da equipe, assim como a maternidade do Hospital Materno-Infantil Santa Catarina.

Segundo o guia do Ministério da Saúde que orienta estados e municípios para a certificação, os certificados e selos refletem a qualidade da assistência no pré-natal, parto, puerpério e seguimento da criança, além de reconhecer o trabalho realizado em determinado território para a eliminação da transmissão vertical de HIV e sífilis.

O Ministério utiliza uma série de indicadores e metas para classificar os candidatos a cada uma das certificações. Para o certificado de eliminação da transmissão vertical das infecções, alguns dos indicadores e metas a serem cumpridos são, por exemplo, 0,5 ou menos casos de crianças infectadas pelo HIV devido à transmissão vertical por 1.000 nascidos vivos e 0,5 ou menos casos de sífilis congênita por 1.000 nascidos vivos.

Já para os selos de boas práticas, alguns dos indicadores são: cobertura de gestantes com, pelo menos, um teste para sífilis no pré-natal; cobertura de gestantes com, pelo menos, um teste para HIV no pré-natal; e cobertura de gestantes infectadas com HIV em uso de terapia antirretroviral. Dependendo das taxas atingidas, os municípios recebem selos de bronze, prata ou ouro.

“Temos grande chance de recebermos a certificação da eliminação de transmissão vertical do HIV. Em relação à sífilis, alguns dados precisam ser melhorados, porém não impedem de recebermos um selo”, explica Patrícia. O município encaminhou para o Ministério um relatório com os indicadores em junho deste ano, e o resultado final da avaliação deve sair em dezembro.

No caso de Criciúma, conforme informado pela coordenadora do Pamdha, a taxa de incidência de criança infectada pelo HIV por transmissão vertical é 0% e a cobertura de teste rápido de HIV e sífilis em gestantes é de 100%, assim como a taxa de uso de terapia antirretroviral em gestantes com HIV.