Fila represada por causa da pandemia está agora em 57.327 pessoas que aguardam por uma cirurgia
Da Redação
Até julho de 2022, o número de cirurgias eletivas já ultrapassou as 98 mil feitas no ano passado, quando Santa Catarina também havia ficado entre os melhores estados do país. Levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde registrou 100.648 cirurgias eletivas feitas de janeiro até julho – sendo o último mês o mais abundante. Há também uma contínua redução na fila represada até 2021: agora são 57.327 que aguardam por uma cirurgia eletiva no Estado. A SES tem fiscalizado a meta de 25 mil cirurgias mensais e se dedicando a acelerar junto as unidades hospitalares os procedimentos.
Os números levantados pela SES são preliminares e podem sofrer acréscimos, pois as unidades hospitalares têm até 3 meses para registrarem os procedimentos no sistema. O secretário da Saúde, Aldo Baptista Neto, reforçou que o foco é chegar ao final do ano de 2022 com apenas as pessoas que entraram na fila neste ano, ou seja, zerar a fila de anos anteriores.
“Nós elaboramos três grandes estratégias: reuniões personalizadas com as equipes de gestores dos 35 maiores hospitais do nosso estado realizadas com o secretário adjunto e equipe de contratualização do estado; depuração da fila, com a estruturação de equipes de telemarketing em cada uma das oito macrorregiões, as quais buscam o contato através de ligações telefônicas para compreender a situação de cada paciente; e o acompanhamento mensal entre o que foi assinado em contrato pela unidade e o que está de fato sendo realizado”, resumiu o secretário.
Essas ações aceleraram as cirurgias eletivas em nosso estado. Os números apontam, por exemplo, para uma crescente desde o mês de janeiro, que quase dobrou o resultado de janeiro para o resultado de julho – foram feitas 9.828 no primeiro mês e 17.112 no último. “Isso faz com que a fila de 103 mil pacientes que aguardavam em dezembro de 2021 chegasse hoje a cerca de 57,3 mil, ou seja, praticamente a metade não está mais na fila com a depuração e realização das cirurgias”, complementou Aldo Baptista Neto.
Quase 15 mil catarinenses “sumidos”
O trabalho de depuração da fila de espera por uma cirurgia eletiva, feito pela Secretaria da Saúde, aponta que 14,5 mil cadastrados não têm um número válido para contato. A Saúde já fez a depuração de 26.428 inscritos. Outras 1.560 pessoas não têm interesse em fazer a cirurgia, enquanto 1.990 já realizaram. O relatório foi apresentado pela Central de Regulação da SES, responsável pelo trabalho de depuração e abrange pessoas que aguardam por um procedimento cirúrgico desde 2017 até 2021.
No caso dos cidadãos que não estão sendo encontrados via telefone cadastrado, a SES tem encaminhado aos gestores municipais seus dados para que procedimentos de contato sejam refeitos telefonicamente e presencialmente. Esse fluxo foi pactuado pela Comissão Instergestores Bipartite (CIB). Segundo o regramento da deliberação, os municípios devem realizar cinco tentativas de contato, eles devem ser realizados primeiramente por telefone, caso não tenha sido possível, equipes de atenção primária também deverão realizar a busca ativa nos endereços de cadastro.
A SES vem aumentando o contrato de realização mensal de cirurgias com os hospitais do Estado, no mês de agosto, a pactuação chegou a 25 mil cirurgias ao mês, porém, a dificuldade em encontrar os pacientes é um fator que tem preocupado. “Desde julho temos equipes montadas nas macrorregiões do estado realizando esse trabalho de depuração da fila, os relatórios que nos tem sido apresentado nos preocupam, dos cerca de 26 mil pacientes procurados, mais de 14 mil não estão com o telefone atualizado. Nós solicitamos a todos os cidadãos que mantenham seus cadastros atualizados”, explica o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto.
“Há uma série de trâmites burocráticos que a Secretaria precisa aguardar para retirar essas pessoas da fila. Nosso esforço tem sido agilizar ao máximo o processo de identificação e atualização da situação desses pacientes”, frisa o secretário adjunto da pasta, Alexandre Fagundes.