Com o fim das restrições e a volta das comemorações, movimento no comércio se intensifica a partir de hoje

Içara

Embora as vendas de material escolar e o Liquida Içara tenham movimentado o comércio em fevereiro, a Páscoa é a primeira grande data comemorativa do ano, o que sempre gera muitas expectativas no segmento e também no setor de serviços. Mas o que esperar da Páscoa pós-pandemia?

Depois de dois anos de frustração devido à crise de saúde pública, com o fim das restrições a projeção é pela volta das comemorações e troca de presentes, impactando positivamente o varejo e os restaurantes, por exemplo. Vale lembrar que, em 2020, o comércio em geral nem pôde abrir e em 2021 vivia a ameaça de um novo fechamento, diante do aumento no número de casos de covid-19, situação superada com o avanço da vacinação.

Otimismo

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Içara, Paulo Roberto Brígido, não esconde o otimismo. “Tenho certeza que teremos uma Páscoa muito melhor que no ano passado”, aposta. A CDL também fez o dever de casa, promovendo o Sábado Total em dose dupla, com o expediente ampliado até às 17 horas nos dias 9 e 16 de abril, e o sorteio de seis cestas de chocolates entre os clientes que comprarem nas lojas associadas.

O otimismo é compartilhado pelo comércio catarinense. Levantamento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) aponta que 63,1% dos empresários entrevistados acreditam que as vendas para a data em 2022 serão superiores às registradas no mesmo período do ano passado. Outros 26,1% avaliam que deve ser igual.

Mesmo com essa perspectiva, 44,1% avaliam que o crescimento do volume de vendas será de até 3%, descontada a inflação do período. Também foi identificado que o tíquete médio esperado fica em torno de R$ 127.

A pesquisa de intenção de compras realizada pela Fecomércio SC mostra que os consumidores pretendem desembolsar, em média, R$ 174,39 para a data – alta de 35,8% em relação a 2021. Apesar do avanço, o valor em termos reais ainda está abaixo do nível pré-pandemia.

Os dados ainda demonstram que os ovos industrializados estão perdendo espaço nas gôndolas de supermercados e lojas especializadas. Enquanto a busca por outros tipos de chocolates, como barras e caixas de bombons, vem crescendo nos últimos anos e chegaram a 38,4% em 2022, os ovos apresentam tendência de queda e respondem por 29% este ano. A demanda por produtos artesanais também caiu de 37,3% para 26,0%.

E aqui nem precisa ser um expert em economia para entender o que está acontecendo: faz tempo que os preços dos ovos industrializados desestimulam o consumo. Basta fazer uma simples comparação com outros produtos de chocolate para perceber a supervalorização desses itens.

Alternativas

Essa disparidade levou o consumidor a buscar alternativas, como barras e caixas de bombons, mas também a investir no chamado presente útil, como roupas e calçados. Conforme a pesquisa da Fecomércio, embora o chocolate seja praticamente unânime entre os entrevistados (80,90%) na hora de escolher o presente, brinquedos (7,4%) e vestuário/calçados (6,2%) também entram na lista.

Procon

Em Içara, o Procon realizou uma pesquisa de preços de 38 itens de chocolate em sete supermercados do município. O levantamento apurou variação de até 66% entre o menor e o maior preço praticado para o mesmo produto.

Em paralelo, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor também pesquisou preços de outros 37 itens, incluindo cervejas, refrigerantes e carnes, produtos que devem integrar as comemorações de Páscoa em família.

Nessa pesquisa, a diferença entre o menor e maior preço de uma mesma cerveja em lata chegou a 44%; do refrigerante de dois litros ficou em 51% e no quilo da carne bovina alcançou 72%.