Produtos mais consumidos neste período aumentaram pouco perto da inflação e comércio se anima

Agência Brasil

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) aumenta a expectativa de uma boa Pascoa para o comércio e revela que os itens mais consumidos na Páscoa tiveram aumento de 3,93% nos últimos 12 meses, bem abaixo da inflação acumulada entre abril de 2021 e março deste ano pelo Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M) da FGV, da ordem de 9,18%. O resultado apurado sinaliza também para uma forte desaceleração de preços em comparação ao ano passado, quando a cesta cresceu 25,36%.

Ao contrário do ano passado, quando problemas climáticos e a desvalorização cambial afetaram tanto a produção nacional do campo como os importados, o problema de monções em 2022 e o fim da seca generalizada fizeram os produtos hortifrutigranjeiros assumirem o protagonismo da inflação. Ao mesmo tempo, permitiram que o arroz, que subiu 60,83% nos últimos 12 meses, mostrasse deflação de 12,20 na Páscoa deste ano.

Entre os produtos que mais subiram, o economista destacou os relacionados aos hortifruti, proteínas e importados, como couve (21,50%), batata-inglesa (18,43%), sardinha em conserva (16,44%), azeite (15,63%), azeitona em conserva (14,38%) e bacalhau (11,50%). Se o arroz fosse retirado da cesta, a inflação dos itens de Páscoa seria superior ao IPC-M, alcançando 9,79%.

Pescado é o vilão

Entretanto, o consumidor deve ficar atento em relação aos preços praticados nesta semana da Páscoa. O estudo aponta que além do aumento já registrado de 8,33% do pescado fresco e 9,89% dos ovos, os preços desses itens tradicionais pode subir ainda mais, devido à pressão sazonal da demanda às vésperas da Semana Santa. Indicou também que ovos e colombas de Páscoa, que não são contemplados no IPC, devem, do mesmo modo, ser pressionados pela tradição da época.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) salientou que a valorização do real impactou a quantidade importada do principal produto na Páscoa, o bacalhau, em virtude do recuo de 12% da taxa de câmbio, que passou de R$ 5,70, na Páscoa de 2021, para perto de R$ 5 atualmente. Registros da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), apurados pela CNC, mostram que o bacalhau teve queda de 17% nas quantidades importadas frente à Páscoa de 2021. Com isso, o preço caiu 3%, contra a alta de 3,3% verificada em igual período do ano passado. Já a quantidade importada de chocolates somou este ano 1,43 mil toneladas, com expansão de 8% em relação ao ano passado. O aumento não foi suficiente, contudo, para igualar as compras de 2019 (1,87 mil toneladas). Os preços dos chocolates subiram 8,5%, com desaceleração ante os 8,8% registrados na mesma época de 2021.

Ticket médio

O gasto médio com as compras dos presentes deve ficar em torno dos R$ 120, com elevação de R$ 11 em comparação ao mesmo período de 2021. O resultado é que a movimentação financeira no estado do Rio de Janeiro com as compras de Páscoa será de R$ 459 milhões em 2022, número superior aos R$ 435 milhões do ano passado.

Procon de Içara realiza pesquisa de preços de chocolates

O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Içara (Procon) realizou pesquisa de preços de 38 itens de chocolate em sete supermercados do município pela aproximação da Páscoa, quando as pessoas compram os tradicionais ovos ou ainda substituem por outros tipos de chocolate. De um supermercado para o outro teve item que chegou a 66% de diferença no preço entre os estabelecimentos.

“São muitos itens, muitas marcas e também tamanhos diferentes, por isso pegamos o maior número de chocolates que é possível encontrar em quase todos os supermercados. O que nos chamou a atenção foi a grande diferença de preços. Sabemos que com a data se aproximando podem surgir promoções e os valores apresentados nesta pesquisa alterarem, mas por enquanto é isso, o consumidor pode consultar e observar o melhor local para comprar”, disse o coordenador do Procon Renato Novelli.

Carnes, cervejas e refrigerantes

Em paralelo com a pesquisa dos preços dos ovos de chocolate, o Procon também realizou na última quinta e sexta-feira, dias 7 e 8, uma pesquisa de preços de 37 itens incluindo cervejas, refrigerantes e carnes em sete supermercados do município. A pesquisa foi realizada devido a aproximação da Páscoa, onde as pessoas se reúnem para realizar as tradicionais festas de família.

Na pesquisa a diferença entre o menor e maior preço de uma mesma cerveja lata 350ml chegou até 44% de diferença. O mesmo refrigerante de 2 litros também variou do menor para o maior preço por 51% de diferença. Já a carne bovina que mais variou do menor para o maior preço por kg foi de 72% de diferença.

“Como são itens que mudam muito os preços com as promoções do dia, ou semanais, os produtos podem sofrer alterações nesta semana. Mas realizamos a pesquisa para mostrar o quanto um produto igual pode variar o preço em diferentes estabelecimentos, é preciso que o cidadão fique atento a isso”, disse o coordenador do Procon Renato Novelli.