Assembleias foram feitas ontem em unidades da Seara/JBS de Araranguá, Morro Grande e Criciúma em vários turnos

Criciúma

Os trabalhadores dos frigoríficos de Forquilhinha e Nova Veneza e demais unidades da JBS poderão paralisar as atividades nos próximos dias. As assembleias para aprovação ou rejeição da proposta ocorreram ontem, mas até o fechamento desta edição não tínhamos uma resposta final, até porque foram realizadas ainda nas unidades da Seara/JBS de Araranguá, Morro Grande e Criciúma em vários turnos.

A tendência é de que os trabalhadores do setor de alimentação entrem em greve no próximo dia 29 de outubro. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Criciúma e Região (Sintiacr), Célio Elias, é grande a possibilidade de greve, já que a proposta apresentada pela empresa não contempla os anseios dos trabalhadores.

Os cerca de 3,5 mil trabalhadores reivindicam a reposição de 100% da inflação no mês de outubro nos valores de todos os salários referentes ao mês de setembro de 2021 – data-base da categoria, aplicação de 2% de ganho real e 2% de desconto no vale-transporte, abono do PPR no valor de R$ 1.250,00 para Forquilhinha e Morro Grande e R$ 1.525,00 em Nova Veneza a ser pago em abril de 2022 e, a correção da cesta básica em 20% entre outros.

A empresa oferece somente o INPC de 10.78%, redução do percentual das hora extras de segunda a sábado, redução do percentual do adicional noturno que é de 35% e reajuste do valor do restaurante conforme o PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador.

Célio Elias disse que “os patrões não sentaram mais com o Sindicato, pois não permitem representantes da federação na negociação e nós não vamos aceitar reduzir direitos conquistados nas cláusulas sociais vigentes. Não achamos justo, a empresa querer repassar o abono dos supervisor em dezembro no percentual de 200% e o trabalhador somente 10% em abril”.

Segundo ele, o lucro da multinacional JBS no último trimestre foi de R$ 4,4 bilhões, 30% a mais que no mesmo período de 2020. “Só pensa em lucrar e lucrar e, para os trabalhadores reduzir ganhos e conquistas”, criticou Célio.