Delegado orienta para as pessoas tomarem cuidado, pois as investigações sobre estes casos são difíceis de serem realizadas

Içara e Balneário Rincão

Na manhã de ontem (19), João foi interpelado pelo WhatsApp por um novo número que seria de uma de suas filhas e com a foto dele no perfil. Ele atualizou os contatos em suas mídias sociais e em seguido veio um novo contato do mesmo número. “Pai, eu estou tentando fazer um repasse, mas não estou conseguindo fazer pelo meu aplicativo do banco, o senhor não faz ai pra mim e depois acertamos”, dizia a mensagem. Ele acabou fazendo o pix sugerido e quando se tocou que era golpe já havia feito a operação bancária, não conseguindo mais reaver o dinheiro repassado para a conta do golpista.

O delegado Rafael Marin Iasco, responsável pela Delegacia de Içara, disse exister centrais de golpes, bandidos alugam casas, compram aparelhos celulares, chips em nome de terceiros, contas bancárias em nome de terceiros, recrutam parceiros e agem 24 horas por dia. “Sim, virou febre tal golpe, hoje qualquer pessoa compra um celular, cadastra chip e usa wi-fi, geralmente são cadastros em nome de laranjas, bem como os suspeitos são de outros estados da federação”, explica o delegado.

Segundo ele, se de cada 100 golpes diários, uma pessoa cair, já é lucro para a quadrilha. “Imagina dez pessoas dentro de uma casa com aparelhos só aplicando golpes e cada um com uma meta de ter que aplicar 250 golpes por dia em todo Brasil. De 2.500 golpes, 25 caem por dia com média de R$ 1.000 por golpe. Faz a conta?”, alerta a autoridade policial. “Este é um negócio da China. Impunidade certa, pois é uma investigação bastante difícil de realizar, com as informações demoradas dos bancos”, pontua.

O delegado deixa uma alerta para que a pessoa evite colocar fotos no perfil do WhatsApp e para a pessoa não fazer nenhuma transação ou depósito em dinheiro. Sempre é bom confirmar antes com a pessoa que está pedindo, sela ela amigo ou parente, até para evitar fazer o depósito para os golpistas. “Muita atenção, o mundo virtual é cheio de má índole e estão querendo se utilizar para angariar fundos e prejudicar pessoas. Sempre na dúvida, ligue para seu amigo ou familiar”, alerta.

Ele também alerta para as pessoas nunca acreditar em coisas fáceis, como proposta de emprego tentadora, bilhetes premiados e outras maneiras utilizadas pelos bandidos. Mesmo com a investigação sendo difícil de ser realizada, o delegado orienta para a pessoa que foi lesada fazer o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil.