Este tipo de carne aparece fim da lista da alimentação no Brasil de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira
Da Redação
A Semana do Pescado, que vai até 15 de setembro, surgiu para estimular o consumo desses alimentos em todo o Brasil. Incluir peixes e frutos do mar na alimentação traz benefícios à saúde. A nutricionista Cristina Ramos Callegari, da Epagri, conta que os peixes (de água doce e salgada) são os alimentos mais consumidos entre os pescados, mas lembra que esse grupo também inclui os crustáceos, como camarão, caranguejos e siris, e os moluscos, como polvos, lulas, ostras e mariscos.
Ela destaca que, assim como os outros tipos de carne, os peixes são ricos em proteínas de alto valor biológico, ferro de boa disponibilidade, zinco e vitamina B12. Uma vantagem adicional é o fato de eles terem baixo teor de gorduras saturadas e calorias. “Eles também são ótimas fontes de vitaminas D e do complexo B, e de minerais como cálcio, selênio, iodo, magnésio, fósforo e cobre”, acrescenta a extensionista da Epagri.
Os óleos presentes naturalmente em peixes e frutos do mar possuem ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa, do tipo ômega 3 (EPA e DHA). “Esses óleos apresentam funções importantes no organismo humano, daí a necessidade de se incluir peixe na alimentação”, destaca Cristina. O teor de lipídios (gorduras) dos peixes varia em função de espécie, tipo de músculo, sexo, idade, época do ano, habitat e também da dieta. Peixes de água fria, como salmão, cavala, sardinha, anchova e atum, são conhecidos pela gordura de boa qualidade.
Mas há outras espécies de baixo custo capturadas pela pesca artesanal, quase desconhecidas entre consumidores e comerciantes, que também são boas fontes desses óleos. “Os peixes xerelete, sardinha-da-laje, peixe-porco, serra, savelha e xixarro merecem atenção especial como fontes de EPA e DHA, por serem refugo de pesca e não possuírem valor comercial. É o que estamos chamando de pescados não convencionais (PENC)”, conta Cristina. Normalmente, a cadeia de comercialização desses pescados se restringe às comunidades pesqueiras tradicionais.
Mais peixe no prato
Embora seja a proteína cárnea de origem animal mais consumida no mundo, o pescado aparece fim da lista quando se analisa a alimentação no Brasil. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, a baixa frequência de consumo de pescados – apesar de o País possuir grande costa marítima e rios de grande porte – pode ser explicada pela baixa oferta desse alimento e pelos preços relativamente altos quando comparados às carnes vermelhas e de aves. “Atualmente, com a alta no preço das carnes vermelhas, em alguns casos os pescados estão mais baratos”, lembra a nutricionista.