Fapesc lança edital de R$ 1,8 milhão para pesquisas relacionadas ao carvão mineral

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Recursos são do fundo criado a partir da arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais

Criciúma

Pesquisadores de Santa Catarina que estudam materiais e tecnologias para uso do carvão mineral vão receber investimento de R$ 1,8 milhão nas próximas semanas. Os recursos são do fundo criado a partir da arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Já a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) é responsável por lançar a chamada pública e fazer a seleção das propostas.

Nesta edição, serão contemplados três projetos de até R$ 600 mil cada. O dinheiro pode ser usado no custeio da pesquisa (até 80% do valor total) e no pagamento de bolsas de R$ 450 a R$ 800 para alunos com vulnerabilidades sociais (até 20% do orçamento). “O objetivo é gerar pesquisas aplicadas e plantas piloto para criação de novos produtos a partir do carvão, gerando alternativas para esta matriz energética para a região Sul e para o estado de Santa Catarina”, destacou o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen.

A Fapesc já publicou o edital 35/2021 no site e na plataforma. Quem tiver interesse em participar, pode submeter o projeto até 20 de setembro. Para saber mais, acesse www.fapesc.sc.gov.br ou envie e-mail parapesquisa@fapesc.sc.gov.br.

Do carvão à ciência

A partir da lei estadual 14.127, de 2007, e do decreto 1.493, de 2008, foi criado um fundo para os royalties do carvão e determinada a aplicação em pesquisa. Um dos grandes resultados foi a implantação de um Centro de Inteligência de Pesquisa e Desenvolvimento da Indústria do Carvão, no Sul do estado. Até então, os recursos dos royalties do carvão mineral eram destinados diretamente ao caixa do governo e absorvidos pelo orçamento. Hoje, são encaminhados para que a Fapesc possa organizar e destinar investimentos a projetos de pesquisa e inovação para a cadeia produtiva e para a indústria do carvão.

Quase R$ 11 milhões em novas pesquisas

Desde 2008, foram lançados cinco editais com recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, totalizando quase R$ 11 milhões em novas pesquisas (confira o descritivo abaixo). O maior investimento foi realizado na chamada pública 08/2013, que destinou R$ 5.047.620,00 para um projeto desenvolvido pela Satc (Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina).

O pesquisador Thiago Fernandes de Aquino, da Satc, trabalha em duas grandes áreas: uma para reaproveitamento dos resíduos do carvão e a outra para diversificar o uso do mineral e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de CO². “Já desenvolvemos produtos que estão em fase elevada de maturação tecnológica, que seguem em testes e que poderão ir para o mercado brevemente. Outros estão em fases iniciais de estudo. Um dos projetos que está em andamento é o da planta piloto de captura de CO2, que entra em uma nova fase de testes. Também produzimos a zeólita a partir da cinza do carvão. Ela é um adsorvente utilizado no projeto de captura de CO2”.