Automedicação, erros na utilização, horários e dosagens requerem atenção para evitar problemas

Da Redação

O uso dos medicamentos, ao mesmo tempo em que pode salvar vidas, pode coloca-las em risco. O acesso facilitado aos remédios nas últimas décadas demonstra um avanço no que diz respeito à saúde coletiva. O que fica em segundo plano, mas merece cada vez mais destaque, é a forma como esse acesso tornou-se indiscriminado, o que, somado aos desafios econômicos de mercado, criou problemas no que diz respeito ao abuso ou ao uso dos fármacos sem indicação profissional adequada.

De acordo com a farmacêutica Luana Pereira, membro do Programa de Residência Multiprofissional da Unesc, o uso racional de medicamentos engloba multifatores, como armazenamento em local seguro, longe de crianças, ao abrigo da luz e da umidade. Além disso, a automedicação deve ser evitada, procurando-se sempre um profissional de saúde”, explica, lembrando a importância de conferir as validades desses produtos. “Precisamos manter esse controle para garantir que os remédios estão aptos a ser usados”, salienta.

Costumes não indicados

Entre os principais erros cometidos pelas pessoas, a especialista destaca a indicação feita por familiares ou amigos. “Isso pode mascarar os sintomas, pois vários doenças têm sintomas parecidos, mas não têm a mesma causa. É preciso lembrar ainda que aquilo que fez bem para alguém não necessariamente será bom para o outro”, comenta, frisando que cada organismo é diferente. “Os medicamentos são substâncias químicas, que produzem vários efeitos no corpo, sendo que alguns destes não são benéficos. Algumas reações adversas podem mesmo ser fatais”, ressalta.

Em relação aos antibióticos, é necessário sempre usá-los pelo período prescrito. “Na dosagem e horários corretos, para evitar a resistência bacteriana, que é um problema que tem ocorrido atualmente”, informa. “Estamos na era digital, o que em algumas vezes acaba prejudicando com informações erradas sobre medicamentos. Isto pode provocar uma procura tardia pelo profissional de saúde, até mesmo com agravamento do quadro”, enfatiza.

Outra situação comum é o receio em relação às informações de efeitos colaterais. “São dados importantes de casos que já aconteceram, mas não significa que todos os pacientes apresentarão esses efeitos. Por isso, orientamos que o uso seja monitorado”, aponta, lembrando que mesmo os remédios de venda livre podem provocar danos à saúde. “Principalmente os antiinflamatórios, que se usados a longo prazo, causam problemas estomacais”, conclui Luana.