Rose Reynaud avalia o início dos trabalhos e reorganização das 13 escolas e 34 CEIs

Içara

As escolas e centros de educação infantil foram um dos setores que mais tiveram suas rotinas afetadas pela pandemia da Covid-19. Com unidades de educação fechadas assim que os primeiros casos da doença foram confirmados na região, professores, servidores, pais e alunos precisaram de adaptar às aulas remotas. Apesar do gradual retorno às salas de aula, os cuidados para evitar o coronavírus, sem prejudicar o aprendizado, são o grande desafio enfrentado pela equipe gestora da secretaria de Educação de Içara. Em entrevista ao Jornal Gazeta, a titular da Pasta, Rose Reynaud, destaca as ações em andamento no início deste ano letivo, avalia as necessidades das estruturas e enfatiza os planos para os próximos quatro anos.

Jornal Gazeta: A pandemia impôs desafios em todas as áreas. O que foi feito e ainda ocorre nas escolas municipais para proteger alunos, funcionários e professores, sem comprometer as aulas?

Rose Reynaud: “Após praticamente um ano com as estruturas fechadas, o primeiro desafio foi tomar as medidas necessárias, organizando, limpando e fazendo os reparos para a reabertura. Encontramos escolas fechadas e outras em reformas, cujas empresas solicitaram aumento do prazo para sua conclusão. Fizemos a revisão os Planos de Contingência de todas as unidades escolares e a organização necessária para garantir distanciamento mínimo exigido para o atendimento presencial, garantindo também que todas as unidades tivessem os EPIs indicados pelas medidas sanitárias em vigor. Outro desafio foi reabrir as matrículas, que por terem sido feitas somente on-line e para alunos parciais, precisaram ser revistas. Foram feitas aproximadamente duas matriculas e rematrículas. O processo seletivo para docentes temporários também foi realizado em janeiro, bem como a contratação de professores e auxiliares de sala. Também foi necessário realizar a reorganização de todos os Conselhos Municipais por exigência legal”.

Gazeta: Nesse período à frente da secretaria de Educação, o que a senhora já identificou como principais necessidades das escolas e centros de educação infantil?

Rose: “As principais necessidades são a adequação das estruturas físicas com revisão dos projetos elétricos, ajustando-os às necessidades atuais, pois a instalação de ar condicionado exige esta readequação, encaminhamento da execução projetos preventivos de todas as unidades, exceto daquelas que estão passando por reformas; dar continuidade às obras em andamento, com destaque à necessidade de deslocamento dos alunos da Escola São Rafael, que hoje estão em espaço alugado na Unisul; renovação da frota da educação para que possamos responder as necessidades atuais, em especial para o transporte dos alunos com deficiência ao atendimento especial no contraturno escolar. Precisamos resolver ainda a falta de depósito adequado, conforme prevê a legislação, especialmente para receber e manter os produtos da merenda escolar. Também pretendemos fazer o levantamento das reais necessidades de cada unidade para posterior planejamento, além da pintura e embelezamento com jardinagem para tornar as escolas mais atrativas e agradáveis, elaborar as Diretrizes Curriculares e do Projeto Político-Pedagógico do Município de Içara; e capacitar todos os profissionais que atuam na rede municipal”.

Gazeta: Içara implantou, recentemente, um sistema de transmissão online das aulas. De que forma isso vai ajudar e como vai funcionar?

Rose: “Esse é um projeto piloto que teve iniciativa dos professores e equipe diretiva da Escola Tranquilo Pizzetti prontamente atendido pela Secretaria Municipal de Educação. Sabemos que para os professores ousarem, desafiarem-se, exige coragem, empenho e dedicação. E tempos de isolamento, as aulas remotas favorecem muitíssimo aos alunos que precisam estar em casa minimizando as perdas em relação a aprendizagem provocadas pelo estado de pandemia. A escola foi equipada com canal de internet sem fio e computadores para que as aulas possam ser transmitidas em tempo real e, ao mesmo tempo, permita ao professor interagir com os alunos que estão na forma remota. Representa, de fato, um avanço que une didática, tecnologia e criatividade. É nossa intenção replicar o projeto em outras escolas, mas necessitamos recursos para o investimento”.

Gazeta: Com aulas remotas e pais trabalhando, como está o acompanhamento dos alunos que não entregam as atividades?

Rose: “O Sistema Busca Ativa e o Sistema Apoia são os dois recursos que a escola utiliza quando o contato direto com a família não produz resultados. O apoio do Conselho Tutelar tem sido fundamental, quando todas as iniciativas falham, os gestores solicitam a intervenção do Conselho Tutelar”.

Gazeta: A pandemia fez várias famílias terem a renda reduzida e, assim, alunos de escolas particulares acabaram transferidos para o ensino público. Içara teve registros desse tipo? As escolas conseguiram atender a essa demanda?

Rose: “Até o momento temos atendido a todos que nos procuram, exceto no atendimento de creche (seis meses a três anos) onde nem sempre conseguimos atender”.

Gazeta: Quais são os planos e projetos a médio e longo prazo na Educação de Içara?

Rose: “Estamos neste primeiro semestre em fase de levantamento do diagnóstico das necessidades da rede municipal. Para esta fase temos visitado todas as unidades escolares e realizado pesquisas junto aos gestores. Iniciamos o projeto de Formação Continuada de todos os docentes, funcionários e auxiliares de sala. No segundo semestre devemos concluir o planejamento para o quadriênio, que contempla reforma e ampliação de unidades escolares; construção de novas unidades, principalmente creches; Projeto Mutirão Escolar; elaboração das Diretrizes Curriculares e do Projeto Político-Pedagógico do Município de Içara; participação na 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa e OBMEP, criação do Centro Multiprofissional Especializado; implantação do sistema de transporte com georeferenciamento; alteração da grade curricular com implantação da disciplina de Língua Inglesa nas series iniciais; renovação da frota com pelo menos um veículo para transporte de cadeirantes; equipar unidades para transmissão de aulas remotas e estabelecer parcerias com outras instituições para ampliar a oferta de cursos profissionalizante”.

A Secretaria de Educação em números

  • 7.021 alunos
  • 13 escolas
  • 34 CEIs
  • 490 professores
  • 290 servidores
  • 75% dos alunos em aulas presenciais
  • 25% em aulas remotas