Como os casos não tiveram histórico de viagem para outras regiões nos últimos 30 dias, caracteriza-se como sendo autóctones
Da Redação
A Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina confirmou a identificação de dois casos de transmissão dentro do estado da variante de atenção P.1. do SARS-CoV2, conhecida como a variante brasileira.
Os casos foram confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-SC) no dia 2 de março que, seguindo o fluxo da vigilância genômica nacional, encaminhou as amostras para o Laboratório de Referência Nacional para Santa Catarina – a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro – que realizou o sequenciamento genético das amostras, identificando a variante P.1 em dois pacientes, residentes nos municípios de Joinville e Camboriú.
De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), as investigações conduzidas pelas equipes de vigilância em saúde das secretarias municipais de Joinville e de Camboriú apontam que os dois casos – todos do sexo masculino com idades de 39 e 68 anos – não tinham registro de viagens para outras áreas do país com transmissão comunitária reconhecida da variante P.1 nos últimos 30 dias, o que caracteriza a transmissão comunitária dentro do estado.
Como os casos não tiveram histórico de viagem para outras regiões nos últimos 30 dias, caracteriza-se como sendo casos autóctones, com transmissão comunitária.
Oito casos com infecção fora de SC
Antes desta quinta, os casos da variante brasileira mais recentes em Santa Catarina foram divulgados no sábado (27). Já a primeira confirmação foi feita em 11 de fevereiro. Em todos esses oito casos, os pacientes foram infectados fora do território catarinense. São eles: um homem de 48 anos morador de Manaus – caso identificado em Florianópolis; uma mulher de 40 anos moradora de Manaus – caso identificado em Florianópolis; uma mulher de 42 anos moradora de Manaus – caso identificado em Florianópolis; uma mulher, de 54 anos, moradora de Humaitá/AM – identificado em Rio do Sul; um homem, de 71 anos – identificado em Joinville; um homem, de 55 anos, morador de Joinville e caso identificado na mesma cidade; um homem, de 69 anos; e uma mulher, de 64 anos; ambos moradores do Amazonas, identificados em Florianópolis.
Números em Santa Catarina
Até o momento foram enviadas ao Laboratório de Referência Nacional 264 amostras, sendo 222 de monitoramento genômico e 42 de casos suspeitos de infecção por novas variantes de atenção. Com este monitoramento foram sequenciadas 129 amostras de Santa Catarina, sendo identificadas 10 linhagens distintas, a saber: B.1 (outros), B.1.1.1, B.1.1.119, B.1.1.143, B.1.1.28, B.1.1.33, B.1.1.38, B.6, P.1, P.2. Das linhagens/variantes identificadas, foi encontrada apenas um VOC, a P.1, em 8 casos importados e dois casos autóctones até o dia 04 de março de 2021.
O que significa uma nova variante
Segundo a Dive, a presença de mutações é um processo natural na biologia dos vírus. No entanto, algumas delas podem gerar diferenças dentro de um grupo genético que são denominadas variantes. Elas podem representar um impacto na saúde pública caso apresentem um potencial de maior transmissibilidade ou gravidade da doença.
Desde a identificação inicial do vírus SARS-CoV-2, ele sofreu inúmeras mutações. A variante mais recente é denominada P.1, linhagem B.1.1.28. Ela foi descoberta em dezembro de 2020, quando o Japão a identificou um grupo de viajantes brasileiros.