Governos federal e estadual ajudam na volta de 58 moradores do estado que estavam em viagem

Da Redação

Para auxiliar na repatriação de catarinenses que ficaram desamparados fora do Brasil, por conta das restrições de combate à pandemia da Covid-19 adotadas por diversos países, a Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais (SAI) de Santa Catarina, o Ministério de Relações Exteriores, o Ministério da Família e dos Direitos Humanos, embaixadas e consulados se entenderam e tomaram medidas para trazer de volta ao Estado 58 pessoas que estavam em viagem.

Desde meados de março catarinenses que ficaram presos em outros países devido ao cancelamento de voos e fechamento de fronteiras terrestres tentavam chegar a Santa Catarina. A maioria teve dificuldade de comunicação com companhias aéreas, devido à redução de atendimento de call centers, mudanças de regras na remarcação de passagens e um volume muito grande de pedidos de emergência.

“Toda a ajuda foi fundamental para a gente ser forte e ao mesmo tempo se manter perseverante. Vamos todos superar essa crise e todos ficaremos bem, felizes e saudáveis”, disse Raquel Rosso, moradora de Criciúma.

Outra viajante, Karine Iris Rosa, moradora de Palhoça, relatou que ela e meu marido estavam desde o dia 19 de março retidos em Lisboa. “Tivemos muita dificuldade para entrar em contato com as companhias aéreas para marcar novo voo e tentar resolver nossa situação. Muitos voos cancelados e aeroporto fechado. Graças a Deus agora estamos em casa, estamos bem e em quarentena”.

Uma família de Concórdia veio da França no dia 31 de março. De Portugal chegaram residentes de Biguaçu, São José, Palhoça, Camboriú, Braço do Norte, Barra Velha e Criciúma. O grupo voltou para Brasil do dia 30 de março. Do Equador, voltou um grupo de catarinenses de Timbó, Laguna e Florianópolis também no dia 30 de março. Da África do Sul, outro grupo de catarinenses foi “resgatado”.

O grupo que passou o maior desconforto foi o que estava na Argentina e Chile. Os catarinenses foram deixados pelas autoridades argentinas na divisa com o Brasil, mas, devido às novas restrições de combate ao coronavírus, o grupo foi orientado a retornar ao Brasil por via aérea ou percorrer uma distância suficiente para alcançar território brasileiro em um dia. No dia seguinte, alguns membros retornaram ao Brasil por via terrestre, já outros foram impedidos de seguir e permaneceram entre Chile e Argentina. Para solucionar a situação, a equipe da SAI contou com apoio da Embaixada do Brasil em Buenos Aires, na comunicação e na emissão de documentos de salvo-conduto, que permitiram retorno desta outra parte do grupo.

No dia 27 de março, a SAI emitiu um novo ofício para o MRE, relatando que o grupo foi notificado pelo cônsul adjunto do Brasil no Chile, Ezequiel Chamorro Petersen, de que as autoridades do Chile não colocaram impedimento em relação ao trânsito do grupo pelo território do Chile e que o impedimento foi imposto pelas autoridades da Argentina. No terceiro ofício emitido pela SAI, no dia 2 de abril, foi relatado que Argentina havia declarado uma situação de emergência de por um período de um ano, que colocaria em risco a própria sobrevivência do grupo.

No momento, a equipe da Embaixada do Brasil na Argentina está trabalhando em cima de algumas soluções alternativas, desde a operação de comboio organizado, até uma operação de deslocamento do grupo para Santiago para seguir com embarque aéreo para o Brasil. A expectativa da SAI é que a solução final será apresentada já nos próximos dias.