População assistiu em tempo real com trocas de mensagens pelas redes sociais os bandidos zombar da segurança pública
Criciúma
A população de Criciúma aguarda um desfecho honroso para a Segurança Pública de Santa Catarina após ver, pelas redes sociais e acuada em casa, um grupo de bandidos roubar a agência do Banco do Brasil do Centro, fazer reféns, dar tiros em várias partes da cidade e sair devagar, em comboio, com milhares de reais, valor ainda não divulgado com certeza pelo BB.
O roubo está sendo considerado como o maior em proporção já acontecido no estado. Foi realizado por cerca de duas horas, finalizando na madrugada de terça-feira (1º).
O governador do estado Carlos Moisés esteve em Criciúma ontem e, ao lado do prefeito Clésio Salvaro, concedeu entrevista coletiva com autoridades de segurança pública.
Governador disse:
“Criciúma passa mais uma vez por um episódio de violência extrema que não é do cotidiano de Santa Catarina. Entendemos que o estado tem que continuar o trabalho de investigação uma vez que a ação foi bem sucedida para os marginais. Mas precisamos de fato colocar o estado à disposição, porque temos um histórico de investigação com sucesso na resolução de problemas. Essa ação provavelmente é orquestrada por criminosos de outro estado. Faço votos que a segurança pública consiga capturar esses delinquentes para que a gente possa dar uma resposta a sociedade, já que aqui é um dos lugares mais seguros do Brasil e isso não combina com nosso estado”, garantiu o governador.
Autoridades de segurança disseram:
O delegado da Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic), Anselmo Cruz, afirmou que ainda não é possível precisar quanto dinheiro foi roubado da agência. “Já iniciamos os trabalhos de investigação. Podemos afirmar que foi o maior roubo já registrado em Santa Catarina”, afirmou. Segundo apurado pelas forças policiais, cerca de 40 criminosos participaram da ação.
O perito-geral do Instituto Geral de Perícias (IGP), Giovani Adriano, informou que o órgão deslocou profissionais da perícia criminal para Criciúma, papiloscopia, agente de perícias. “Todo crime deixa vestígio e evidências. Se houver informação de locais utilizados relacionados ao crime, locais para dormir, precisamos recebê-las. Às vezes informação que parece que não serve para algo, ajuda a perícia. Posso garantir que esse crime não vai passar impune”.
O delegado Paulo Koerich, este crime chama atenção pela ousadia e violência empregada. “Aqui não tivemos morte, felizmente. As forças policiais não irão tolerar esse tipo de ação. Faremos todo esforço necessário para a prisão dos envolvidos neste crime, para que sejam responsabilizados e sintam o peso da mão do estado”, finalizou.
Investigações
Os agentes de segurança do Estado estão focados agora em encontrar mais informações que ajudem a elucidar o crime e encontrar os envolvidos. Para Cruz, por exemplo, o grupo de assaltantes demonstrou uma capacidade muito grande para articular todos os passos da ação, desde a chegada dos carros na cidade, passando pelo momento do assalto e pela fuga. “Sabemos que esse tipo de crime é cometido por pessoas de fora, mas ainda estamos colhendo todos os vestígios para identificar os autores do crime”, disse.
Dinheiro recuperado
Após os criminosos cessarem os tiros, a Polícia Militar conseguiu apreender uma quantia de R$ 810 mil. As notas em espécie estavam em dois malotes encontrados em um apartamento próximo do local do crime. Quatro suspeitos foram presos.
Salvaro diz que criminosos serão presos
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro se mostrou confiança na celeridade das investigações acredita que os criminosos serão presos e o dinheiro recuperado. “Apesar de terem tido sucesso neste momento, o que era mais importante foi preservado: a vida das pessoas. O dinheiro será resgatado e eles serão presos”, disse Salvaro.
“Esse é um crime pensado, organizado há dias, há meses, certamente teria como evitar isso, mas é um tipo de crime, como disse o governador (Carlos Moisés), que não combina com o estado de Santa Catarina, muito menos com o nosso município, que é um município de paz, de quem trabalha. Essas pessoas vieram de fora para fazer essa baderna”, afirmou o prefeito.
“A segurança pública é de responsabilidade do Estado, e nós temos com a Polícia Civil e Militar um extraordinário relacionamento. Quero continuar com esse relacionamento. A presença do governador aqui na cidade demonstra que toda a atenção, em termos de segurança do estado, está voltada para o município de Criciúma. Era exatamente isso que o prefeito esperava do governador”, disse.
Gaeco irá ajudar nas investigações
O procurador-geral de Justiça Fernando da Silva Comin colocou o Gaeco de Santa Catarina à disposição das forças de segurança do Estado para auxiliar nas investigações do assalto. “O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o Grupo Especial Anticorrupção (Geac), a Coordenadoria de Inteligência e Segurança Institucional (Cisi) e os promotores de Justiça com atuação na área criminal estão à disposição para auxiliar as investigações, seja operacionalmente ou por meio de medidas cautelares necessárias”, ressaltou Comin.
