Ampi lança livro sobre câncer de mama

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Publicação traz depoimentos de mulheres que superaram a doença e atualmente trabalham de voluntária na causa

Içara

A Associação Amigas do Peito de Içara (Ampi) lançou na terça-feira (27) o livro Câncer de Mama – Silencioso mas Devastador – da professora e escritora Iêde Cardoso dos Santos, que é a presidente da entidade. A obra traz depoimentos das mulheres integrantes do grupo, que superaram o câncer de mama e hoje são voluntárias do grupo para ajudar outras mulheres que venham a ser acometidas pela doença. O livro também traz dicas de prevenção como o autoexame dando dicas de como fazer o procedimento. Também fala do direito das pessoas que são afetadas com o câncer. “Fizemos com muito carinho e é um presente dos 15 anos da Ampi a ser comemorado no dia 14 de dezembro”, destaca a autora da obra Iêde Cardoso dos Santos.

O lançamento foi realizado no Salão Paroquial da Matriz São Donato de Içara, logo após a celebração da missa da saúde e contou com poucos convidados devido a pandemia do novo coronavírus. O livro pode ser encontrado com as amigas do peito, que fazem parte da Ampi e custa R$ 20,00. Os recursos arrecadados serão destinados para a Ampi para ajudar no tratamento das mulheres que são diagnosticadas com o câncer de mama e não possuem recursos para a realização dos exames e nem para a compra dos remédios. “Quando a mulher é diagnosticada com o câncer, nem sempre a família está preparada para enfrentar a batalha e a Ampi então entra com este apoio”, ressalta dona Iêde.

Todos os anos, a Ampi costumava lançar um calendário para que fosse vendido e o dinheiro ficasse para a Associação, mas neste ano devido a pandemia e como o grupo é praticamente todas de risco, não foram feitas as reuniões para a realização do calendário. Segundo a professora, como em 2010 teve um movimento para o lançamento do livro e acabou não saindo, foi aproveitado o tempo de distanciamento social e concluída a obra, que foi lançada e está tendo uma grande procura. Vale lembrar que o projeto também foi inscrito na Lei Aldir Blanc, já que a Ampi não dispunha de recursos para a impressão.

Como surgiu a Ampi

Em um dos capítulos do livro, a escritora conta a história de como surgiu a Associação Amigas do Peito de Içara (Ampi). Segundo a autora, a Ampi surgiu da preocupação e inquietude de mulheres que já haviam enfrentado o câncer de mama e se encontravam para tirar as dúvidas sobre a doença. As três primeiras voluntárias são exatamente as que costumam ter estas reuniões: as professoras Iêde Cardoso dos Santos, Silvana Goulart Brunel e Edna Benedet da Silva. “Nós éramos todas professoras e estávamos cheias de dúvidas, então pensamos como estariam tantas outras içarenses vivenciando a mesma história e com certeza tendo dificuldades em lidar com a doença”, relata Iêde.

A autora do livro também passou pelo drama de um tratamento de câncer de mama e com muita dificuldade conseguiu vencer a doença. Ela foi diagnosticada com o câncer há 18 anos, e numa época em que na região não haviam tantos recursos para o tratamento, tendo que se deslocar até Florianópolis para fazer os exames. Para que outras mulheres não passem tantas dificuldades como passaram as voluntárias é que o trabalho é pautado. “É nosso dever deixar as pessoas bem informadas, colocando-nos a disposição para ajudar e minimizar o trauma que o câncer de mama causa”, aponta.

A professora conta que neste ano de pandemia, as reuniões mensais quase não foram realizadas, mas que as voluntárias estão aguardando a inauguração da Casa Rosa para se mudarem para o local, já que terão um espaço para o atendimento. Geralmente, a Ampi é informada através da Secretaria de Saúde dos novos casos e já tem a preocupação de entrar em contato com a família para começar o acompanhamento, se assim for o desejo das pacientes.