Lançando mão das redes sociais e aplicativos de celular, restaurantes seguem funcionando parcialmente

Içara, Criciúma e Rincão

Ontem, a Associação Empresarial de Içara (Acii), baseada no compromisso de contribuir na prevenção do coronavírus assumido pelos restaurantes, bares, hotéis e similares, emitiu sugestões para a Federação das ACIs, integrante do Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina, e ao Governo do Estado, com objetivo da retomada também do atendimento presencial destes setores. A intenção é minimizar os impactos com a liberação de 30% da capacidade destes estabelecimentos para o consumo no local até 30 de abril e, gradativamente, o aumento deste percentual.

O documento requer ainda um Plano Estratégico Estadual de retomada das atividades vinculadas ao turismo, incentivos às empresas e a definição de medidas de segurança e higiene para o setor.

“É urgente, também, registrar a nossa máxima preocupação em face aos muitos empregos e diversas empresas que estarão sucumbindo diante da intensa restrição de convívio social”, acrescenta o documento. “As empresas dos setores mencionados se comprometem a atender dentro das normas de higiene estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde, Governo o Estado e Vigilância Sanitária”, pontua a correspondência.

Em Criciúma, uma nova tentativa de sensibilização do Governo do Estado será realizada a partir de uma reunião agendada para hoje (17), às 10 horas, na Associação Empresarial de Criciúma (Acic). O encontro, observando as regras de distanciamento físico, terá a participação do presidente da entidade, Moacir Dagostin, de representantes da classe empresarial de ramos como o de alimentação e academias, além de parlamentares da Região Carbonífera.

Redes sociais e aplicativos

Nestes tempos de adversidade, as empresas do ramo gastronômico encontraram alternativas para continuar atendendo através das redes sociais e aplicativos de celular. A atividade provisória e parcial garante algum retorno financeiro para pagar funcionários. Os empresários do setor em Criciúma fizeram reunião setorial pra tratar dos problemas gerados pela pandemia do novo coronavírus.

“Muitos restaurantes já tinham o delivery, embora não tanto como agora. Os que não tinham, como a Churrascaria Apolo, que ainda não tem, trabalham com pedidos retirados no balcão. No caso da Cantina Vettorazzi, passou a ter delivery também no almoço. A entrega muitas vezes é feita pelos proprietários mesmo, pela família. Havendo a necessidade, todos colaboram”, ressalta Leandro Vettorazzi, diretor comercial da associação Via Gastronômica Criciúma e sócio proprietário da Cantina Vettorazzi.

Faturamento

As iniciativas foram bem acolhidas pelos consumidores, o que mantém o funcionamento parcial. “As pessoas têm seus restaurantes de preferência e assim podem ter em casa todos aqueles pratos que eram acostumados a ter”, pontua Vettorazzi.

O delivery (entrega) permitiu que os estabelecimentos mantivesses uma pequena parte das vendas realizadas anteriormente. “O faturamento caiu cerca de 70% e por conta disso teremos que diminuir a equipe. Contamos agora com 12 colaboradores”, informa outro proprietário de restaurante que preferiu não ser identificado.

Demissões

O fechamento de postos de trabalho no setor já é considerado inevitável. “Algumas casas já fecharam, quem está trabalhando tenta com isso ver se consegue cobrir os custos fixos. Muitos vão passar meses sem ter lucro, mas a tentativa é de manter as portas abertas. Lógico que isso vai gerar desemprego. Muitas empresas já demitiram e muitas outras demissões virão”, projeta Vettorazzi.

Conforme os dados da Via Gastronômica, o setor gera em torno de 10 mil empregos diretos em Criciúma. “Penso que 20% desses empregos serão finalizados. Seriam 2 mil desempregos”, estima.

“Mesmo quem conseguiu dar férias em abril vai ter muitas dificuldades para manter esse pessoal a partir do próximo mês. Muitos vão usar a segunda opção, que é dispensar as pessoas, porque não tiveram a ajuda necessária do governo para suportar esse período”, analisa o presidente da Via Gastronômica, Valsi Mazzetto.