Instituições de ensino buscam se alinhar às necessidades do mercado

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Cursos passam a ser oferecidos conforme pesquisas de demanda, potencialidades e vocação regional

As instituições de ensino da região estão procurando se alinhar às necessidades do mercado quanto à capacitação da mão de obra, seja daqueles que ainda buscam uma ocupação ou de quem já está trabalhando e busca se aperfeiçoar.

José Carlos Sprícigo, CEO da Librelato e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Extremo Sul Catarinense (Sindimetal), diz que a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) ouviu as dificuldades das empresas e vai intensificar o investimento em educação via sistema Sesi Senai.

“O ensino técnico deve voltar muito forte pelo Senai, que vai ter uma contribuição e uma construção muito grande desse pensamento de capacitar pessoas. Nós que somos da indústria devemos todos entrar nesse barco”, considera o executivo.

Graziela da Silva Branco, gerente executiva do Sesi Senai da Regional Sul, ressalta que, em termos de educação profissional, todos os cursos do Sesi Senai, sejam eles de curta duração, técnicos ou superiores, são sempre desenhados alinhados com as necessidades da indústria.

“Recentemente, iniciamos um trabalho, ouvindo através de comitês setoriais, os setores metalmecânico, cerâmico, de vestuário e assim por diante, alinhando, inovando nossos currículos às necessidades atuais e futuras desses segmentos industriais”, comenta Graziela.

Conforme a gerente, a procura por cursos técnicos e de qualificação tem aumentado e isso já é um sinal do aquecimento futuro da economia. “As empresas estão precisando cada vez mais de profissionais qualificados, porque vagas de emprego para pessoas com qualificação sempre tem. Os índices de empregabilidade de profissionais formados pelo Senai são acima de 90%”, informa.

Oferta

Diretor da unidade de Criciúma, Alexandre Meneguetti explica que o Senac/SC tem um portfólio de cursos com mais de 600 títulos, nos diversos níveis da educação profissional, e cada unidade tem uma vocação, porque cada região tem uma característica diferente.

“Por exemplo, no portfólio tem cursos no segmento de moda, mas quem mais usa são Criciúma, Florianópolis e Brusque, pela demanda que existe de empresas e empregos nessas regiões”, pontua.

De acordo com Meneguetti, para a definição dos cursos ofertados na unidade, são realizadas reuniões de conselho, nas quais lideranças de sindicatos e de outros setores são ouvidos, para levantar demandas. “Também temos pesquisas informais, de visitas a empresários, com alunos; registros de demandas que chegam através de diversos canais de comunicação e temos pesquisas formais também, através de convênio com o IPC”, enumera.

O diretor frisa que cada área tem uma necessidade e uma empregabilidade diferente. “A partir deste ano, vamos voltar a atuar com o curso técnico de enfermagem, com um novo investimento para a unidade de Criciúma. Porque a percepção de mercado e os indicadores mostram que os hospitais, as clínicas médicas da região já têm falta desse profissional. Então, o Senac entra com a oferta do curso”, declara.

“Estamos investindo também na área de gastronomia, com a graduação, ou seja, o curso superior, uma demanda apontada por toda a região através de pesquisa. Quando solicitamos o curso, precisamos anexar todos os dados de mercado para justificar as ofertas”, salienta.

Satc tem tradição

Conforme Izes Beloli, coordenadora geral do Colégio Satc, na instituição os cursos técnicos são definidos de acordo com a avaliação do potencial de uma determinada área, em sintonia com o mercado de trabalho. “Outro fator que contribui para esta definição é o Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos (Portal do MEC), o qual traz orientações sobre os cursos a serem ofertados”, detalha.

Ela explica que os alunos da Satc do ensino médio podem fazer o ensino técnico concomitante, no período vespertino, a partir do segundo ano, de forma gratuita. Na Satc, são também ofertados cursos técnicos no período noturno, para os alunos que já são formados no ensino médio e que querem rapidamente ingressar no mercado de trabalho ou buscar melhores oportunidades.

Unesc abre curso técnico

A Unesc, de olho no mercado de alunos para o técnico, vai lançar neste início de ano a Escola Técnica da universidade, com um portfólio de cursos voltados às demandas da indústria, comércio e serviços na região sul de Santa Catarina. A Escola Técnica da Unesc estará vinculada ao Colégio Unesc.

Os cursos serão ofertados a partir de pesquisa de mercado realizadas pela universidade e de encontros com as empresas da região, no intuito de propor turmas com perfis customizados, aliando as necessidades do setor produtivo com as diretrizes para oferta de cursos técnicos.

A Escola Técnica já está com matrículas abertas para quatro cursos: Técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Informática, Técnico em Podologia e Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos, com atividades nas modalidades presencial e à distância. Os cursos terão um total de 1.200 horas/aula, com formato híbrido, tendo aulas presenciais duas vezes na semana, o que permitirá que um maior grupo de pessoas possa acessar estas e as demais opções a serem oferecidas. Os quatro cursos que já fazem parte do portfólio serão oferecidos a partir do investimento de R$ 350 mensais.

Ainda em fevereiro a universidade fará o lançamento oficial da Escola Técnica.