Congresso aprova orçamento com fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para 2020

24

Dinheiro para as campanhas municipais foi mantido no valor proposto pelo Poder Executivo

O Congresso Nacional aprovou na noite de terça-feira (17) a proposta orçamentária para 2020, conforme o substitutivo elaborado pelo relator-geral, deputado Domingos Neto (PSD-CE). Na sessão conjunta de deputados e senadores, o montante a ser destinado para o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) foi o único item discutido em separado, por pressão de deputados do Novo.

O partido é contrário ao financiamento de campanhas e apresentou destaque para tentar reduzir a R$ 1,363 bilhão a previsão aprovada pouco antes pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), de R$ 2,034 bilhões, como queria o Poder Executivo. A iniciativa recebeu o apoio dos senadores da Rede, mas acabou derrotada na Câmara por 242 votos a 167 e nem sequer foi analisada no Senado.

“Campanhas têm que ser mantidas por quem acredita na política e na democracia, por pessoas que apoiam os candidatos, e não pelo povo, que já paga muito imposto e vê pouco resultado nos serviços públicos”, afirmou o líder do Novo na Câmara, deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), ao pedir a aprovação do destaque.

“Doa para campanha eleitoral quem tem dinheiro, não doa o pobre que ganha um, dois ou três salários mínimos – a maioria da população brasileira”, disse a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). “O financiamento público foi adotado pelas democracias mais desenvolvidas do mundo”, ressaltou.

Vários parlamentares ressaltaram ainda que a opção pelo financiamento público de campanhas eleitorais foi aprovada pelo Congresso, a partir de proposta do Senado (PL 8703/17) transformada na Lei 13.487/17. Na época, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia proibido o financiamento privado de campanhas.

Outros deputados – como a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e Hildo Rocha (MDB-MA) – criticaram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para quem um suposto corte de R$ 500 milhões na área serviria para financiar as eleições. “Não há dinheiro que saia da saúde ou da educação”, disse a deputada.

Rejeitado o destaque, o Congresso concluiu a votação da proposta orçamentária, que prevê o Fundão Eleitoral com R$ 2,034 bilhões, que segue agora para sanção presidencial. Pela primeira vez, o Orçamento da União será praticamente todo de execução obrigatória, já que emendas individuais, de bancada estadual e de comissões permanentes estão nesta categoria.

Como votaram os deputados de Santa Catarina

Dos 16 deputados federais de Santa Catarina, três votaram a favor do projeto de lei que viabiliza dois bilhões de reais do pagador de impostos para o Fundo Eleitoral, um deles é representante da região carbonífera. Foram eles: Ângela Amin, Pedro Uczai e Ricardo Guidi (veja quadro ao lado). Alguns deles foram criticados pelas redes sociais.

Santa Catarina (SC)
Angela Amin PP Sim
Carlos Chiodini MDB Não
Carmen Zanotto CIDADANIA Não
Celso Maldaner MDB Não
Coronel Armando PSL Não
Daniel Freitas PSL Não
Darci de Matos PSD Não
Fabio Schiochet PSL Não
Geovania de Sá PSDB Não
Gilson Marques NOVO Não
Hélio Costa Republican Não
Pedro Uczai PT Sim
Ricardo Guidi PSD Sim
Rodrigo Coelho PSB Não
Rogério Peninha Mendonça MDB Não
Total Santa Catarina: 15