Coluna Maria de Fátima Pavei – 07/12/2019

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A Beleza de Ser Mulher
Continuamos exatamente iguais as mulheres do passado: nossas avós, tias e mães. Observo minhas sobrinhas iguais as suas mães, preocupadas com os filhos e colocando em primeiro lugar a família. Quanto aos outros sonhos deixam para pensar um dia ou talvez esquecê-los. As feministas me degolariam em praça pública, mas não é verdade? Ainda acordamos cedo para fazer o café e deixar a mesa bonita para a família com todas as guloseimas que eles gostam: bolo de fubá, pão de queijo, leite e café quente. Lembro-me de quando acordava os meus filhos, acompanhava – os da hora que acordavam até a
hora que se deitavam na cama e dormiam. Quanta saudade! Não mudamos em nada, apenas acrescentamos outros valores, que nos permitem ser ainda mais completas
como mulheres. Estudamos, trabalhamos, inserimo-nos na sociedade: professoras, médicas, dentistas, políticas, engenheiras, policiais, juízas, advogadas, jogadoras de
futebol, escritoras, etc… Nenhuma destas profissões nos torna diferentes, pois continuamos com a mesma sensibilidade e carisma de outrora.
Amamos poesia, pinturas, músicas e aprendemos a gostar de pescar, de bordar, de costurar, acampar à beira de uma lagoa ilustrada com mosquitos… Almejamos ser
perfeitas, esforçamo-nos para valorizar todos os minutos de nossas vidas. Lutamos para não perder a sensibilidade diante da modernidade, somos as mulheres que acompanham a evolução, e ao mesmo tempo nos espelhamos nas
mulheres do passado, que mais pareciam leoas protegendo as crias, pois o instinto maternal que é nossa essência atravessa gerações através dos tempos.
A figura que ilustra as telas, as músicas, as crônicas, os romances, os contos e inspira os poetas é a “Mulher”. Segundo o escritor Alexandre Moreira “é a que anima,
que protege, que sonha, que chora, que tem fibra, que sabe o que é viver. Sendo que o homem não passa de um menino aguardando os braços da mulher para lhe consolar”. Em sua trajetória poética, Drummond escrevia seus versos relacionados a imagem da mulher, poetizava-a entre o amor e o erotismo. No seu livro “Alguma Poesia”, O poema “Iniciação Amorosa” sugere pelo título as primeiras experiências amorosas, mas se recusava a publicar a poesia erótica. Picasso conheceu Marie -Thérèse no início de janeiro de 1927 em frente a Galerie Lafayette, cristalizava seu processo criador por causa desta mulher.
Criou telas maravilhosas para esta mulher, com grandes curvas que reproduziam os movimentos do corpo, tons luminosos da pele e dos cabelos. Se observarmos, os homens se inspiram nas mulheres na maioria das suas criações. Quanto a música, o cantor Roberto Carlos a décadas inspira-se nas mulheres “A mulher que eu amo/ Tem nos olhos a calma/ Ilumina minha alma/ É o sol do meu dia/ Tem a luz das estrelas / E a beleza da flor/ Ela é minha vida/ Ela é o meu amor…
Tudo isto acontece, porque a “Mulher” tem mil qualidades e quando um defeito surge por trás do oceano feminino, logo é esquecido e a sua beleza permanece… Somos as mulheres que se espelham no passado e se lançam num presente indo ao rumo do futuro. Eis a beleza de ser MULHER!!!!