Santa Catarina foi o estado com maior detecção da doença com 164,1 casos por 100 mil habitantes
Os casos de sífilis registrados em Içara são semelhantes ao registrado nacionalmente com cerca de 30% de aumento registrado nos últimos anos. Segundo boletim do Ministério de Saúde, em 2018, foram notificados 158.051 casos de sífilis adquirida (transmitida de uma pessoa para a outra durante a relação sexual), representando um aumento de 28,3% em relação a 2017, quando 119.800 casos foram notificados.
A sífilis é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns globalmente, e o aumento no número de casos aponta para a consolidação de um cenário de epidemia. Dos novos casos, 53,5% ocorreram na Região Sudeste. Entre os estados, a maior taxa de detecção foi em Santa Catarina — 164,1 casos por 100 mil habitantes.
A enfermeira Cristiane Onofre, do Serviço de Atendimento Especializado (SAE), Programa IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais, explica que os casos registrados em Içara também são preocupantes. Segundo ela, no município são registrados de 30 a 40 novos casos ao mês. Segundo ela, os casos são mais frequentes em jovens por desconhecimento ou por vergonha de relatar o problema nas consultas médicas.
Sintomas
Inicialmente, a sífilis se manifesta como uma ferida nos órgãos genitais e ínguas nas virilhas, que desaparecem espontaneamente e podem passar despercebidas. Após alguns meses, surgem manchas no corpo e queda de cabelo que também cessam sem tratamento.
Nessas fases, a sífilis é altamente contagiosa e a pessoa continua doente e transmitindo a doença, mesmo aparentando melhora. Quando não há tratamento adequado, a doença fica estacionada por meses ou anos, até surgirem complicações mais graves como cegueira, paralisia, doenças cardíacas e cerebral que podem tanto deixar sequelas importantes como levar à morte.
Diagnóstico
A sífilis pode ser confirmada através de um exame de sangue simples. Mesmo se a pessoa não apresentar nenhuma queixa e tiver se infectado há muito tempo, ainda assim é possível descobrir e realizar o tratamento adequado.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para sífilis e o exame é obrigatório nas gestantes no início e no final da gestação e durante a internação para o parto. A implantação do teste rápido da sífilis, nos últimos anos, tem facilitado e agilizado o diagnóstico.
Os testes rápidos são práticos, de fácil execução e são disponibilizados pelo SUS. Podem ser feitos com apenas uma gota de sangue (punção digital), e o resultado sai, no máximo, em 30 minutos.
O teste rápido detecta a sífilis mesmo que a doença tenha sido adquirida há muitos anos, possibilitando assim que o tratamento seja realizado a tempo de evitar o surgimento dos sintomas mais graves.