Previsão é de que em alguns pontos no Sul e Oeste de Santa Catarina chegue a chover até 150mm
Menos de uma semana após as fortes chuvas que devastaram algumas cidades da região, o Epagri/Ciram emitiu um comunicado para a possibilidade de temporais com granizo em Santa Catarina, com foco no Sul e Oeste do Estado para esta quinta-feira. De acordo com o alerta emitido, a chuva será persistente, de nível moderado a forte em alguns momentos e poderá chegar até a 150 milímetros em alguns pontos. A média é de 50 mm a 80 mm.
Na sexta-feira e no sábado, a chuva permanece nas regiões Vale do Itajaí, Planalto Norte e Litoral Norte, acumulando totais em torno de 40 mm a 70 mm em 48 horas. “É preciso que as regiões do Planalto Sul e Litoral Sul, que já se encontram em situação crítica com nível dos rios elevados e solo encharcado tenham cuidado redobrado”, explica o meteorologista Márcio Sônego.
De acordo com o meteorologista Clóvis Corrêa, as chuvas ocorrerão em razão de correntes de jato (convergência de ventos fortes em altos e baixos níveis da atmosfera) sobre o Sul do Brasil e área alongada de baixa pressão em Santa Catarina, mantendo a umidade do ar elevada.
Conforme Sônego, um sistema de baixa pressão causa ciclone extratropical em alto mar. “Por isso, quando ocorre chuva por mais tempo de 12 horas de duração, ela está associada à baixa pressão. Existe chance de alagamentos, inclusive porque o solo continua encharcado”, conta Sônego.
Levantamento atualizado da última chuva em Içara
Em Içara, o último levantamento feito ontem, aponta que 1,2 mil pessoas foram atingidas diretamente pela chuva causada na sexta-feira. Duas famílias ficaram desabrigadas, totalizando nove pessoas. Além disso, 170 pessoas ficaram desalojadas temporariamente até que a água diminuísse o volume.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil em Içara, Nestor Brunel, o setor da agricultura foi o mais atingido com prejuízos financeiros. “Os produtos da agricultura sofreram prejuízo de R$ 1,4 milhão. Além disso, o prejuízo financeiro na infraestrutura (estradas, drenagem) foi de aproximadamente R$ 400 mil”, revela Nestor.
Segundo ele, o trabalho atual está em torno da prevenção. No início da semana, seis caminhões foram necessários para retirar todo o entulho gerado pelo descarte de móveis das famílias atingidas pelos alagamentos. “Nós estamos tentando limpar alguma coisa que estava entupido e continuamos em alerta”, pontua.