De quinta até no sábado, cristãos passam relembram toda a trajetória de Jesus, desde a sua morte até a ressureição

A Semana Santa já começou. De Quinta-Feira Santa até o Sábado Santo, que antecede o Domingo de Páscoa do Senhor, os católicos, no mundo inteiro, celebram o Tríduo Pascal. A liturgia, que começa com a Missa da Ceia do Senhor, inclui a Adoração ao Santíssimo Sacramento, a Celebração da Paixão do Senhor e culmina com a Vigília Pascal.

Em toda a Diocese de Criciúma, diversas celebrações estão marcadas para a vivência deste tempo que precede a maior festa da Igreja, incluindo, ainda, caminhadas com meditação da Via-Sacra, procissões com a imagem do Senhor Morto e Nossa Senhora das Dores, encenações da Paixão, rito do lava-pés, entre tantas outras expressões pelas quais os cristãos manifestam sua fé.
“Na Quinta-feira Santa, a Igreja celebra a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio ministerial. Celebramos o ‘lava-pés’, que nos lembra de que, antigamente, era costume, quando o senhor chegava em casa, os escravos e criados lavarem os pés dele e Jesus inverte isto totalmente. Ele, que é o Senhor, lava os pés dos discípulos. Por isso, nós entendemos a reação de Pedro. Significa que quem é o maior é aquele que mais deve servir. A Eucaristia e o Sacerdócio estão a serviço do amor, a serviço daqueles que mais precisam, que são alimentados, que somos nós, pobres pecadores, que nos alimentamos da Eucaristia para servirmos a Igreja de Cristo”, pontua o Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inácio Flach.

Ceia do Senhor

Os fiéis católicos participam da missa da Ceia do Senhor e retornam para suas casas sem fazer o sinal da cruz. A bênção final acontece na Vigília Pascal, às vésperas do Domingo da Ressurreição, quando já se proclama a Páscoa. Na Sexta-Feira Santa, dia de silêncio, jejum, abstinência e oração, não se celebra o sacramento da Eucaristia, a Missa.

“Nas celebrações da Paixão do Senhor, é distribuída a Eucaristia, mas ela é uma cerimônia que lembra, sobretudo, a paixão. O momento muito importante que as pessoas fazem muita questão de fazer é o beijo do Senhor Morto ou da Cruz. É um dia reservado ao silêncio e à reflexão sobre a morte de Cristo, e esta morte d’Ele não é apenas uma recordação: na verdade, nós estamos unidos a Ele com a nossa vida. Na nossa vida – como diz São Paulo – nós completamos a paixão de Cristo; nossa vida cotidiana, continuamos, na história, também, nossa paixão e nosso sofrimento, a nossa cruz unida à cruz de Cristo”, explica Dom Jacinto.

Terceiro momento

No terceiro momento do Tríduo, a celebração da Vigília Pascal, com sua riqueza de ritos e sinais, inclui a bênção do fogo novo e da água, a renovação das promessas do Batismo, o acendimento do Círio Pascal, vela que simboliza a luz do Ressuscitado e uma série de textos bíblicos que narram a história da salvação e da ação de Deus em favor do seu povo. É a celebração da vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte.

“É a vida nova que sai de dentro da rocha. É a celebração mais solene, mais bonita que se faz durante todo o ano, a noite de Sábado Santo. São vários momentos importantes que são lembrados, mas o grande momento do novo dia que agora está sendo celebrado; esse novo dia vem com a redenção de Jesus: a morte foi vencida pela vida, as trevas darão lugar à luz. Por isso, em muitas igrejas, também são celebrados batismos, que lembram, justamente, isto: nós somos, em Cristo, criaturas novas, passamos da morte para a vida. A Páscoa tem seu auge, seu momento alto na noite santa do Tríduo Pascal”, acrescenta o epíscopo.