Após uma primeira passagem nos anos de 2003 e 2004, o técnico Gilson Kleina retorna ao Criciúma com a missão de fazer a equipe reagir no Catarinense, buscar a classificação à quarta fase da Copa do Brasil e ter um bom desempenho também na Série B do Brasileiro, quem sabe até brigando pelo acesso. Mas para alcançar esses objetivos, o treinador entende que é fundamental recuperar a confiança da torcida.

“Nosso torcedor sempre jogou junto. Aos poucos, através do trabalho, que possamos resgatar a confiança de todos e principalmente esse elo entre torcida junto com a equipe”, almeja.

E ele sabe exatamente por onde começar. “Para trazer o torcedor de volta, tem que mudar a atitude dentro de campo. Jogar com entrega. O resultado está diretamente ligado com o rendimento da equipe. Temos que ser fortes dentro de casa, porque o torcedor pode fazer a diferença. Precisamos fazer com que acreditem no trabalho, mas isso vai depender da parte prática”, reconhece.

A mobilização do grupo iniciou logo após a chegada do novo técnico, na última sexta-feira. “O que coloquei para os jogadores é que nós estejamos realmente comprometidos com os objetivos do Criciúma, que nós tenhamos uma mudança de atitude, de postura, e ao mesmo tempo planejar essas três competições. Temos que pensar um jogo de cada vez. A gente entende que a nossa profissão é ligada diretamente à emoção do torcedor, mas nós precisamos trabalhar com a razão. Não podemos perder a nossa convicção”, entende.

A diretoria já demonstrou confiança que a mão do treinador vai fazer com que o tricolor atinja os objetivos traçados. “Nós não tivemos nenhuma dúvida com relação à contratação do Kleina. Nós temos certeza absoluta que ele vai fazer um grande trabalho no Criciúma, porque já fez na Chapecoense, na Ponte, no Palmeiras. É um treinador altamente experimentado. Vamos tirar o Tigre desta situação”, promete o diretor executivo de futebol, João Carlos Maringá.

A torcida, entretanto, ainda vai ter que esperar um pouco mais para ver o time atuando no Heriberto Hülse sob o comando de Kleina. O time voltará a campo pelo Estadual nesta quinta-feira, mas o confronto contra o Brusque será no Augusto Bauer, casa do adversário.

 

Reação no Catarinense terá um jogo chave nesta quinta-feira

 

No domingo, o Tigre voltou a vencer pelo Estadual e diminuiu para três pontos a diferença para o Marcílio Dias – 17 a 20 –, mas a reação no campeonato passa pelo jogo chave desta quinta-feira. Se vencer, o Criciúma vai tomar a quinta colocação do Brusque e pode terminar a rodada empatado em pontos com o time de Itajaí, o quarto colocado na competição.

“Mesmo que seja o sexto colocado, temos 15 pontos a disputar, então precisamos viver um jogo de cada vez, para poder alcançar”, avalia o técnico Gilson Kleina, que confessa não ter um esquema de jogo preferido.

“É preciso entender as características dos jogadores do Criciúma e montar um esquema em cima disso. Vejo que a equipe toma poucos gols, mas também que não tem um poder de definição. É preciso ver como vai organizar isso. Não podemos ser uma equipe previsível, temos que criar um fator de desequilíbrio para o adversário”, avalia.

“O que nós precisamos é recuperar a confiança. O tempo está contra nós, porque o torcedor quer ver o resultado imediato. Vamos tentar melhorar o desempenho, para melhorar nossa confiança, para os resultados virem. Não resta a menor dúvida que isso vai acontecer”, aposta o treinador.

 

Clube começa a reforçar o elenco

 

Os primeiros reforços pós-Gilson Kleina já começaram a chegar ao Criciúma. Na segunda-feira, o meio-campista Wesley, ex-Palmeiras e São Paulo, e o atacante Vinicius, que veio do Palmeiras, se apresentaram no Centro de Treinamento Antenor Angeloni, no bairro Cristo Redentor, para a realização de exames. Nessa terça, foi a vez de outro atacante, Léo Gamalho, ex-Goiás.

“A gente vai dar total condições a este elenco, mas se ver que há carências, vai precisar trazer. Não adianta fazer a contratação do Maringá e trazer a mim, se a gente não der subsídios e nomes ao presidente para deixar o Criciúma competitivo e forte”, defende o treinador.

“As contratações têm que existir, nomes importantes que podem vestir a camisa do Criciúma. O clube pretende investir, mas temos limitações. Com a equipe começando a render, atrai jogadores e também resgatar os jogadores que já estão aqui dentro”, conclui Kleina.