Campanha da Fraternidade: Estudo Diocesano aponta necessidade das comunidades

No centro da pauta, “Fraternidade e Políticas Públicas”. Esse é o tema da Campanha da Fraternidade proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para 2019, cujo lema é “Serás libertado pelo direito e pela justiça”, que norteou o estudo promovido pela Diocese de Criciúma no último dia 9, na sede da Fundação Shalom da Família, em Linha Batista.
A segunda etapa, que contemplou o método “agir” da CF 2019, agora seguirá também para a pauta do Conselho Diocesano de Pastoral, que reúne lideranças diocesanas nesta quinta-feira, em Urussanga.

Olhar sobre a realidade

Com a contribuição de Juliano Carrer, Marcos Tramontin e Hélio Furlan, os 130 participantes do estudo tiveram uma memória sobre os pontos centrais da Campanha sob a perspectiva do “ver” e “julgar” – já estudados em dezembro do ano passado, em dois núcleos da Diocese – com uma preocupação especial, à luz do que pede a Igreja, diante da necessidade do interesse e da participação do cristão na política, como instrumento para o bem comum e a justiça social. Além disso, o questionamento a respeito da representatividade da Igreja nas cadeiras de conselhos estadual e municipais de políticas públicas, quanto a quem ocupa, seu comprometimento diante do que orienta a Doutrina Social da Igreja, bem como se recebe o acompanhamento ou se abre ao diálogo com a comunidade.
Antes da segunda etapa do Estudo, a Diocese de Criciúma aplicou um questionário a todas as suas 34 paróquias e três santuários diocesanos, como forma de obter um diagnóstico sobre a realidade social em suas comunidades. Assim, foi obtido o levantamento de que 57% das comunidades estão localizadas em área rural, 35% na urbana e 8% na periferia.

Entre os principais problemas sociais elencados na cidade, as comunidades apontam violência, insegurança, desemprego, moradia, tráfico e consumo de drogas, educação precária, pobreza, entre outros. Já no campo, predominam os problemas relacionados à pobreza, estradas mal conservadas, êxodo rural, roubos, desemprego, alcoolismo, pouca valorização da produção agrícola, dentre outros. Nas regiões de periferia, o tráfico de drogas, o desemprego, falta de segurança, de infraestrutura e moradia, saneamento básico e saúde precária são alguns dos maiores problemas.

A CF em prática

Após as reflexões e a discussão de estratégias por meio de trabalho em grupos, os participantes apontaram algumas ações para vivência concreta da CF 2019, que agora passarão pela aprovação e encaminhamentos do Conselho Diocesano de Pastoral.
A participação ativa da Igreja na sociedade

A manhã de estudo findou com a reflexão feita pelo coordenador diocesano de Pastoral, padre Antônio da Silva Miguel Júnior, de que a Campanha da Fraternidade inicia no tempo quaresmal, mas deve ser vivenciada o ano todo e gerar frutos a partir desse tempo. Padre Antônio e o bispo diocesano, dom Jacinto Inacio Flach, recordaram a importância do Acordo Brasil Santa Sé, assinado em 13 de novembro de 2008, no Vaticano, e que en­trou em vi­gor em 11 de fe­ve­rei­ro de 2010, assegurando a liberdade religiosa dentro do Estado laico.