Desde do dia 1º fevereiro, quando iniciou a campanha de combate à febre amarela, a procura por imunização do público alvo – pessoas de nove meses a 59 anos de idade –, vem crescendo em Içara, segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica do município, Laura Maté. A vacinação é gratuita e está disponível em unidades de saúde que contam com sala de vacinação.

“As vacinadoras estão registrando um aumento pela procura por vacina nas unidades. Todas as faixas etárias estão procurando pela vacinação, porque a maioria não tem a imunização. A vacina é feita dos nove aos dez meses de idade (conforme o calendário de rotina). Isso faz com que grande parte da população não tenha, e também por não ser tão comum a doença”, informa a enfermeira.

Na unidade do bairro Primeiro de Maio, foi necessário estabelecer uma estratégia para suprir a demanda. “Tem bastante procura, mais por adultos jovens entre os 30 aos 45 anos. Para atender essa demanda, estamos distribuindo senhas durante o dia (das 7h30min às 11h30min e das 13h às 15h30min)”, conta Glicia Pagnan, enfermeira responsável pela unidade.

Mesmo assim, há pessoas deixando para se vacinar em outro dia, devido ao movimento intenso no local. “Tem dias que as pessoas estão indo embora”, relata Glicia.

Na unidade do Nossa Senhora de Fátima, o número de atendimentos para a realização da vacina cresceu nos últimos dias, conforme a vacinadora e técnica de enfermagem do local, Giovana Gomes Angra. “A procura está bastante grande. Na segunda-feira não estava tanto, mas na terça-feira teve bastante gente procurando. Pessoas de todas as faixas etárias estão buscando pela vacinação”, informa.

 

Quem deve tomar a dose?

 

Conforme Laura, se a pessoa já tiver registrada a vacina da febre amarela em sua carteira de vacinação não há necessidade de ser imunizada novamente. Para receber a dose, além de ter de nove meses a 59 anos de idade, é necessário apresentar a carteirinha e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).

No momento, as doses estão disponíveis nas unidades de saúde dos bairros Aurora, Cristo Rei, Esplanada, Jaqueline, Jardim Elizabete, Liri, Nossa Senhora de Fátima, Primeiro de Maio e Raichaski.

 

Ainda não começou

Dos postos de vacinação que fazem parte da campanha, o único local que não está realizando os atendimentos ainda é a unidade de saúde Vila Nova 1. A justificativa, segundo a enfermeira responsável, Catia Borges Ferreira, é de que a vacinadora está de férias.

“Ela retorna no dia 19 deste mês e a partir desta data estaremos realizando as vacinas. A nossa unidade é a única exceção do município, todas as outras que fazem parte da programação estão realizando”, reitera a enfermeira.

 

Horário estendido de atendimento e Dia “D” para cumprir a meta

 

A meta em Içara é de imunizar 49.868 pessoas, inseridas no público-alvo. Em função disso, haverá ampliação nos horários de atendimento de unidades saúde do município e uma programação especial em 9 de março, Dia “D” da campanha.

O município já conta com 4,5 mil doses distribuídas nas unidades de saúde. “A gente recebe uma vez por mês as vacinas, mas como a demanda é maior, provavelmente vamos estar recebendo mais ao longo dos meses”, afirma a enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Laura Maté.

A proposta de programações especiais, segundo Laura, partiu da Gerência Regional de Saúde, como estratégia de imunização e, consequentemente, de prevenção à febre amarela. “A ideia foi sugerida pela Gerência, que é responsável pelos 12 municípios da Região Carbonífera, em uma reunião”, detalha.

Os horários especiais serão adotados nos dias 19, 21, 26 e 28 deste mês, nas unidades do Presidente Vargas, Primeiro de Maio, Jardim Elizabete e Vila Nova, que vão atender até às 19 horas.

Em março, ao combate à doença continua. No Dia “D”, essas mesmas unidades atenderão das 8 às 17 horas, sem fechar ao meio-dia.

 

Único meio eficaz de proteção

 

Santa Catarina segue uma orientação do Ministério da Saúde ao disponibilizar a vacina contra a febre amarela para todos os habitantes. A ampliação da vacinação foi realizada de forma gradativa, em seis etapas, com início em setembro do ano passado e chegando à região Sul do Estado neste mês.

Além das pessoas entre nove meses e 59 anos que nunca tomaram a vacina e devem se vacinar, outros públicos podem ser imunizados, desde que haja avaliação pelo serviço de saúde para identificar se existe alguma contraindicação.

“Nós tivemos centenas de casos de mortalidade no Brasil, causados pela febre amarela. O vírus chegou ao Rio Janeiro, São Paulo e veio também para o Sul, no Paraná. Devido à gravidade e à mortalidade do vírus, é importante que as pessoas se vacinem, porque a vacina é o único meio eficaz de proteção. Repelentes e inseticidas não evitam a transmissão”, alerta Laura Maté, enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Içara.

Ela frisa que a necessidade da vacina deixou de ser exclusivamente para viajantes. “Agora faz parte da nossa rotina, para quem mora também no Sul de Santa Catarina, não necessariamente só para quem vai viajar. Deve ser feita na rotina das crianças a partir dos nove meses, e adultos até 59 anos de idade. A partir dos 60 anos e pessoas com algumas doenças no sistema imunológico, somente com indicação médica. Gestantes e mulheres amamentado bebês até seis meses não devem fazer a vacina”, orienta.

Muitas pessoas ainda deixam de se vacinar por medo de possíveis reações adversas, mas, segundo Laura, é preciso se prevenir à contaminação com o vírus. “A vacina tem algumas reações, mas são bens leves. É mais fácil enfrentar uma reação leve do que uma contaminação. E o vírus da febre amarela é grave”, reitera. A vacina subcutânea é aplicada no braço.