O Jornal Gazeta encerra nesta edição a série de reportagens com os deputados estaduais eleitos e reeleitos da Região Carbonífera, com matéria sobre o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Júlio Garcia (PSD).

Fora da vida política há quase dez anos, o pessedista retorna para o sexto mandato na Casa, com o intuito de atuar, principalmente, em defesa das pessoas com deficiência.

“Eu retornei com o propósito de continuar na defesa das minhas bandeiras, como no meu último mandato de deputado, em que criei a Lei das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). E neste eu pretendo continuar levantando a bandeira das pessoas com deficiência, porque me considero um militante da causa”, declara o deputado, que tomará posse nesta sexta-feira, para a legislatura que se estenderá até 31 de janeiro de 2023.

A lei citada por ele foi encaminhada em 2005, quando era presidente da Alesc e assumiu o Governo de Santa Catarina por 12 dias, na vacância do governador, Luiz Henrique da Silveira, e de seu vice, Eduardo Pinho Moreira. E, como governador em exercício, protocolou no Legislativo a proposta que mais tarde seria aprovada e promulgada, garantindo às Apaes de Santa Catarina recursos do Fundosocial.

 

Ampliar o benefício

 

Segundo Júlio Garcia, a ideia agora é ampliar o leque de beneficiados. “Eu pretendo de modo especial lutar pelas pessoas com deficiência. Nós temos associações que precisam de suporte, como a Associação dos Portadores de Deficiência Física, a Associação dos Autistas”, cita.

“Principalmente a dos autistas, porque ainda é um tema pouco conhecido, por isso temos a necessidade de fortalecer a discussão, quanto ao espectro e ao tratamento. Tem também a Associação de Surdos e Mudos do Estado, que pretendo desenvolver um trabalho. E nesse sentido, de atender os menos desfavorecidos e combater a desigualdade”, defende o deputado.

 

Vasta experiência adquirida na vida pública

 

Júlio Garcia presidiu a Indústria Carboquímica Catarinense S.A (ICC), em 1985; o Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Badesc), em 1995, e a Companhia de Água e Saneamento de Santa Catarina (Casan), em 1996 e 1997.

Foi deputado estadual cinco vezes, a última em 2007. Em setembro de 2009, renunciou ao mandato parlamentar para tomar posse no cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), nomeado pelo então governador Luiz Henrique da Silveira, onde se aposentou.

Além da vasta experiência adquirida na vida pública, retorna ao Legislativo amparado pela força popular: nas eleições de outubro, obteve a terceira maior votação entre todos os candidatos.

O pessedista espera aprender com a renovação política atual da Alesc, a maior desde 2002. “Eu acho que a experiência ajuda, mas aprender com a renovação é muito bom. Nós tivemos uma renovação bem grande na política nessa eleição. Muitos jovens que nunca ocuparam cargos na política se elegeram. Eu acredito que eles vão acrescentar muito na Alesc, porque eles têm vitalidade e desejo de mudança”, avalia.

 

Favorito à presidência da Casa

 

Júlio Garcia presidiu a Assembleia Legislativa de Santa Catarina por duas vezes consecutivas, de 2005 a 2008, totalizando quatro anos à frente da Casa. Dada essa experiência e o apoio dos atuais deputados, possui grandes chances de presidir por mais um biênio a Alesc. A eleição para a escolha do presidente vai ocorrer nesta sexta-feira, logo após a posse dos deputados, marcada para as 9 horas.

Entretanto, o representante da Região Carbonífera ainda não decidiu se concorrerá ou não ao cargo. “Eu tenho dito: há muitos aliados, mas não tem a costura. Eu tenho sido apoiado por alguns deputados, mas ainda não tenho a definição se vou concorrer. Porque para eleição à presidência não tem pré-inscrição. Ela já acontece no dia da eleição e em seguida ocorre a votação”, relata.

“A decisão mesmo, eu vou ter nesta quinta-feira. Prefiro pensar até o último dia antes da eleição”, acrescenta o parlamentar. Sendo candidato ou não, ele diz que torce por uma disputa justa e democrática.