No verão, com o aumento das temperaturas e consequentemente o registro de chuvas, se eleva também o risco de acidentes com animais peçonhentos. As enchentes também contribuem para ocorrências desses casos. Por isso, a Vigilância Epidemiológica de Içara faz um alerta e orienta a comunidade para os cuidados a serem tomados.

Em caso de picadas e mordeduras desse tipo de animal, a orientação é que a vítima procure o serviço de saúde mais próximo nas primeiras horas da ocorrência. O alerta é com base em informações do site da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Estado.

Conforme a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Içara, Laura Gomes Maté, o município não tem recebido muitas notificações com registros de casos com esse tipo de animais.

“Geralmente, quando recebemos, são acidentes leves, que não necessitam do uso do soro antiveneno, mas mesmo assim é importante procurar atendimento médico para avaliação”, orienta.

“No verão, as pessoas costumam fazer limpezas mais completa de casas e quintais. Casas de praia, por exemplo, ficam fechadas durante alguns meses e na hora da manutenção é preciso ter cuidado para não ocorrem acidentes. Casos envolvendo crianças também ocorrem e geralmente não se consegue identificar o animal que picou, portanto a importância da avaliação de um profissional médico”, explica Laura.

 

Como proceder?

 

Alguns cuidados e orientações devem ser seguidos em caso de picadas de animais peçonhentos, como manter a vítima calma e deitada; tentar manter a área afetada no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele; evitar que a vítima se movimente para não favorecer a absorção do veneno.

Assim que localizar a marca da mordedura, é preciso limpar o local com água e sabão. Anéis, pulseiras e outros objetos que possam apertar a circulação em caso de inchaço do membro afetado também precisam ser removidos. O ferimento deve ser coberto com pano limpo e a vítima levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para receber o tratamento necessário. Se possível, levar o animal para que seja identificado e para que a vítima receba o soro anti-veneno específico.

 

Acidentes graves, que podem levar à morte

 

Entre os animais peçonhentos mais comuns na região estão as aranhas. “No caso da aranha marrom, a pessoa não sente a picada na hora. Mas o veneno é perigoso, causando a necrose do tecido afetado. Por conta disso, a pessoa pode até sofrer a amputação de um dedo, por exemplo”, comenta Laura Maté. Os acidentes podem ser graves e levar à morte.

Conforme dados da Vigilância Epidemiológica, foram registrados em 2017 (último levantamento divulgado) 723 acidentes com serpentes em Santa Catarina, sendo 20 deles na Região Carbonífera. Nenhum dos casos ocorridos na região evoluíram para óbito, mas no Estado três pessoas morreram em decorrência de picadas de cobra.

Em relação a acidentes com aranhas, houve mais de 5,8 mil casos relatados, 265 na Região Carbonífera, mas nenhum resultou em morte. Também aconteceram 314 registros de picada de escorpião, sendo dois na regional de Criciúma, igualmente não ocasionando óbito.

Mesmo alguns tipos de lagarta podem ser peçonhentos e eles causaram 755 acidentes no Estado em 2017, sendo 13 registrados na Região Carbonífera. No Oeste catarinense, um dos casos evoluiu para óbito.

Até as aparentemente inofensivas abelhas podem causar acidentes graves, dependendo da quantidade de picadas e de fatores como alergia ao veneno. Em Santa Catarina, 975 pessoas foram picadas por abelhas em 2017 e três delas morreram. Entre as 54 vítimas residentes na Região Carbonífera, uma foi a óbito.