O ditado popular “É melhor prevenir do que remediar” pode ser facilmente associado à insolação e a desidratação, uma vez que essas doenças conseguem ser prevenidas com medidas simples. Para esclarecer sobre essas medidas preventivas que evitam os problemas ocasionados pelo calor e pela exposição excessiva ao sol, a equipe de reportagem do Jornal Gazeta ouviu a médica da unidade de saúde do bairro Primeiro de Maio, em Içara, Marina Clementino Zanotto.

Ela explica como evitar as queimaduras provocadas pelo sol. “É necessário usar protetor solar, no mínimo fator 30 de proteção solar, além de evitar horários em que o sol é mais forte, como das 10 às 16horas. Procurar a cada três horas reaplicar e, em caso de contato com a água, diminuir esse intervalo de reaplicação”, orienta a médica.

Segundo Marina, outra forma de evitar os efeitos nocivos dos raios solares é a utilização de proteções físicas. “Como óculos, chapéus, bonés. Tem alguns itens desses que já vem com o fator de proteção solar”, informa a profissional da saúde.

Em caso de pessoas que trabalham ao ar livre, ou seja, em contato direto com o sol, os cuidados precisam ser redobrados. “Fora os outros itens citados, o mais importante é se proteger com camisa longa de cor clara, utilizar chapéus. E também uma opção são as roupas com fotoproteção”, aconselha.

Bebês

As crianças também requerem atenção extra. “Antes dos seis meses, não pode passar protetor solar. Então a proteção aos bebês tem que ser física, e tem também o próprio protetor mineral (composto por minerais, como o dióxido de titânio e o óxido de zinco, sua tecnologia permite que os raios solares sejam refletidos quando em contato com a pele). Uma outra solução é a pomada Hipoglós. Ela é bem grossa (textura) e isso ajuda na proteção”, diz a médica.

Sintomas

A exposição em excesso ao sol provoca a insolação. Mas como identificá-la? “A pessoa fica com muita sensibilidade na pele, tem náuseas, vômitos e enjoos”, cita Marina.

Ela orienta que, aparecendo os sintomas, a pessoa procure ajuda. “Sempre buscar atendimento médico em casos de exposição solar em excesso. É importante hidratar bastante a pele, para devolver a água à barreira cutânea”, indica.

Hidratação

Com o calor e o suor, há a perda de água e sais minerais, o que pode levar à desidratação. “É importante tomar bastante liquido: água, água de coco, suco, sorvete, produtos que contenham bastante água para manter a hidratação do corpo”, orienta a médica.

Segundo ela, a desidratação tem sintomas diferentes em cada faixa etária. Nos bebês, os pais precisam ficar atentos aos sinais da enfermidade. “A moleirinha afunda quando aperta, alta irritabilidade e pouco xixi. A mãe pode saber através das fraldas do bebê: a cor do xixi e a quantidade”, informa.

Em idosos, alguns fatores indicam a presença da desidratação. “Pela moleza ou fraqueza do idoso e pelo turgor da pele (elasticidade). Se ela estiver rígida e quando você puxar ela não vir com facilidade, é um sinal”, aponta Marina.

O principal indicativo padrão para a doença em todas as idades é a urina. O “tratamento” pode ser feito em casa, entretanto, em primeiro estágio. Após isso, o recomendado é procurar auxílio de um profissional da saúde. “Inicialmente, se tiver pouco desidratado, pode solucionar em casa, com soro caseiro ou o soro pronto de farmácia”, afirma a médica.

Virose é um ponto de partida para a desidratação

As conhecidas viroses de verão podem levar de adultos a bebês à desidratação, já que provocam vômitos e diarreias, retirando do corpo água e sais minerais. Portanto, para evitá-las, a médica Marina Zanotto, recomenda cuidados com a higiene básica e sanitária.

“É preciso saber de onde vem a água utilizada para fazer suco e beber. Nunca tomar água sem filtrar ou ferver. Sempre lavar as mãos das crianças, porque elas têm o costume de sempre levar tudo à boca. E se tiver alguém com virose em casa, lavar sempre a mão dessa pessoa e os seus utensílios”, recomenda a profissional.

Os cuidados com piscinas e lagoas têm que ser redobrados, principalmente em crianças menores de um ano. “Cuidar onde a criança entra. Agora no verão é bem comum ir em lagoas ou piscinas. Mas caso essas águas estejam contaminadas, as crianças podem ter a hepatite A e a vacina na rede pública contra esse tipo da doença é feita a partir de um ano. Antes disso, a criança está desprotegida”, alerta.