Com as discussões iniciadas em março do ano passado, quando foi entregue a pauta de reivindicações da categoria às empresas, a renovação da convenção coletiva de trabalho dos mais de oito mil empregados das indústrias plásticas de Criciúma e região está perto de ser fechada. Pelo menos foi esse o encaminhamento na reunião realizada entre representantes de patrões e empregados na segunda-feira.

Os parâmetros do acordo foram alinhavados na 12ª rodada de negociação, que ocorreu na sede da Associação Empresarial de Criciúma (ACIC) e se estendeu por mais de quatro horas, com intermediação do presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina (Fetiesc), Idemar Martini, acompanhado do advogado André Beviláqua.

O resultado, então, será apresentado às empresas associadas ao Sindicato das Indústrias Plásticas do Sul Catarinense (Sinplasc) e ao Sindicato das Indústrias de Descartáveis Plásticos do Estado de Santa Catarina (Sindesc), em assembleia agendada para a próxima segunda-feira, às 14 horas, também na ACIC.

Na avaliação do secretário executivo do Sinplasc, Elias Caetano, integrante da comissão de negociação formada pelas empresas, o acordo está próximo. “Ao longo de toda a negociação, o encontro de segunda-feira representou o melhor momento, porque houve troca de argumentos e informações, o que nos deu a sensação de otimismo. Houve um avanço importante, uma janela de oportunidade que deve ser aproveitada, o entendimento para a construção de uma alternativa, mas ainda não temos a negociação fechada”, ressalta.

“A reforma trabalhista criou um novo ambiente nas relações de trabalho e principalmente nas negociações de convenções coletivas e estamos estabelecendo novos parâmetros neste processo; o importante é o trabalhador ter consciência que é fundamental termos uma convenção coletiva que nos proteja desta reforma trabalhista”, comenta o presidente o sindicato dos trabalhadores, Carlos de Corde.

Ainda conforme o representante da categoria, na mesa de negociação foi garantido aumento real de salários, abono de férias pago em parcela única e, principalmente, a manutenção da maioria das conquistas trabalhistas e sociais históricas dos trabalhadores. Os índices e valores, conforme deliberado na negociação entre as partes, somente serão tornados públicos após a assembleia patronal.

 

Convenção expirou em março

 

A convenção coletiva expirou em 31 de março do ano passado e desde abril as partes tentam chegar a um acordo. Os sindicatos patronais inclusive ingressaram com ação de dissídio coletivo na Justiça Trabalhista devido ao impasse nas rodadas de negociação realizadas anteriormente.

O entrave, entretanto, não se desfez nem com a intermediação da Justiça. Em audiência ocorrida em novembro, no Tribunal Regional do Trabalho, em Florianópolis, o desembargador elaborou uma proposta, que prevê reajuste de 2% (1,56% já foi repassado aos salários); a obrigatoriedade de as homologações de rescisões de contrato de trabalho com mais de nove meses ocorrerem no sindicato laboral e o abono de R$ 870, pago para todos, em parcela única, na folha de janeiro de 2019, que deve ser quitada até o quinto dia útil de fevereiro.

A proposta foi submetida a uma assembleia patronal em 12 de dezembro e o resultado apresentado ao TRT no dia 17. A assembleia resultou em decisão pela sua aprovação parcial, permanecendo o impasse em alguns pontos. Esses pontos divergentes foram oficializados no encontro com os representantes dos trabalhadores na segunda-feira.