Dinheiro para as campanhas municipais foi mantido no valor proposto pelo Poder Executivo
O Congresso Nacional aprovou na noite de terça-feira (17) a proposta orçamentária para 2020, conforme o substitutivo elaborado pelo relator-geral, deputado Domingos Neto (PSD-CE). Na sessão conjunta de deputados e senadores, o montante a ser destinado para o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) foi o único item discutido em separado, por pressão de deputados do Novo.
O partido é contrário ao financiamento de campanhas e apresentou destaque para tentar reduzir a R$ 1,363 bilhão a previsão aprovada pouco antes pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), de R$ 2,034 bilhões, como queria o Poder Executivo. A iniciativa recebeu o apoio dos senadores da Rede, mas acabou derrotada na Câmara por 242 votos a 167 e nem sequer foi analisada no Senado.
“Campanhas têm que ser mantidas por quem acredita na política e na democracia, por pessoas que apoiam os candidatos, e não pelo povo, que já paga muito imposto e vê pouco resultado nos serviços públicos”, afirmou o líder do Novo na Câmara, deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), ao pedir a aprovação do destaque.
“Doa para campanha eleitoral quem tem dinheiro, não doa o pobre que ganha um, dois ou três salários mínimos – a maioria da população brasileira”, disse a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). “O financiamento público foi adotado pelas democracias mais desenvolvidas do mundo”, ressaltou.
Vários parlamentares ressaltaram ainda que a opção pelo financiamento público de campanhas eleitorais foi aprovada pelo Congresso, a partir de proposta do Senado (PL 8703/17) transformada na Lei 13.487/17. Na época, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia proibido o financiamento privado de campanhas.
Outros deputados – como a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e Hildo Rocha (MDB-MA) – criticaram o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para quem um suposto corte de R$ 500 milhões na área serviria para financiar as eleições. “Não há dinheiro que saia da saúde ou da educação”, disse a deputada.
Rejeitado o destaque, o Congresso concluiu a votação da proposta orçamentária, que prevê o Fundão Eleitoral com R$ 2,034 bilhões, que segue agora para sanção presidencial. Pela primeira vez, o Orçamento da União será praticamente todo de execução obrigatória, já que emendas individuais, de bancada estadual e de comissões permanentes estão nesta categoria.
Como votaram os deputados de Santa Catarina
Dos 16 deputados federais de Santa Catarina, três votaram a favor do projeto de lei que viabiliza dois bilhões de reais do pagador de impostos para o Fundo Eleitoral, um deles é representante da região carbonífera. Foram eles: Ângela Amin, Pedro Uczai e Ricardo Guidi (veja quadro ao lado). Alguns deles foram criticados pelas redes sociais.
Santa Catarina (SC) | ||
Angela Amin | PP | Sim |
Carlos Chiodini | MDB | Não |
Carmen Zanotto | CIDADANIA | Não |
Celso Maldaner | MDB | Não |
Coronel Armando | PSL | Não |
Daniel Freitas | PSL | Não |
Darci de Matos | PSD | Não |
Fabio Schiochet | PSL | Não |
Geovania de Sá | PSDB | Não |
Gilson Marques | NOVO | Não |
Hélio Costa | Republican | Não |
Pedro Uczai | PT | Sim |
Ricardo Guidi | PSD | Sim |
Rodrigo Coelho | PSB | Não |
Rogério Peninha Mendonça | MDB | Não |
Total Santa Catarina: 15 |