Na região da Colônia Z-33, foram capturadas 50 toneladas de tainha em 2019, contra 80 toneladas em 2018
Os pescadores não têm muito a comemorar no ano de 2019. A safra ficou abaixo quase 50% em relação ao ano de 2018. De acordo com o presidente da Colônia de Pesca Z-33, de Balneário Rincão, João Picollo, a pesca da anchova rendeu apenas 10 toneladas, enquanto em 2018 foram 30 toneladas. A safra da tainha também ficou bem abaixo, com os pescadores capturando 50 toneladas, contra 80 toneladas no ano passado. Também a pesca da corvina está abaixo do esperado.
João Picollo explana que os pescadores estão sentindo o baixo rendimento da safra, pois a retirada de peixes do mar não foi suficiente para cobrir as despesas com a família. “Eles ficaram sem recursos para comprar novos equipamentos e também para fazer a manutenção, principalmente dos barcos, que precisam estar em ordem para poder entrar no mar aberto”, explica o presidente.
Segundo ele, o principal motivo da queda na safra foi o tempo que não ajudou, com o inverno registrando temperaturas acima da média. “O frio chegou somente no fim de junho, e a safra começou no começo de maio, com isso, a tainha não encostou”, pontua. O vereador teme que muitos pescadores terão sérias dificuldades para encarar o ano em que está chegando.
Defeso
A Colônia de Pescadores já começou a fazer os encaminhamentos para o recebimento do seguro defeso da pesca da anchova e do bagre. Os recursos beneficiar cerca de 400 famílias que dependem da pesca artesanal. Ele explica que o defeso é um auxílio aos pescadores que durante este período não podem entrar no mar. O defeso da anchova é de quatro parcelas com a primeira a ser paga no dia 1º de janeiro.
Pesca em Santa Catarina
Santa Catarina tem 7% do litoral brasileiro e 337 localidades onde ocorre a pesca artesanal, envolvendo aproximadamente 25 mil pessoas. O Estado conta com 700 embarcações de pesca industrial e o setor gera em torno de 10 mil empregos diretos. Em 2017, Santa Catarina produziu 129,1 mil toneladas de peixes.
As principais espécies pescadas no litoral catarinense são: corvina, sardinha, tainha, bonito-listrado e anchova. O secretário da Agricultura Ricardo de Gouvêa lembra que a pesca é feita seguindo os períodos de defeso estabelecidos pelo Governo Federal, em total sintonia com a legislação vigente.
O Estado vem aumentando também a produção de peixes de água doce. São mais de 30 mil piscicultores, que produziram 47,9 mil toneladas em 2018.