Tema uniu representantes de várias bancadas, mas o grande impasse é o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal
Os deputados estaduais de Santa Catarina debateram ontem na Assembleia Legislativa a reposição das perdas inflacionárias nos salários dos agentes da segurança pública. O tema uniu representantes de várias bancadas. “Mente quem diz que é aumento, eles perderam praticamente 40% do valor de compra dos seus salários, isso é fato. A saúde foi contemplada, a educação foi contemplada e a segurança não foi”, afirmou Sargento Lima (PSL), acrescentando que as perdas totalizam 37%, um dos mais inflamados na defesa dos policiais.
Lima informou que na reunião com o governador ficou acordado a abertura de um canal de comunicação e sugeriu ao Chefe do Executivo que “chame as associações dos policiais e se acerte com elas”.
Laércio Schuster (PSB), Felipe Estevão (PSL), Ricardo Alba (PSL), Luciane Carminatti (PT) e Ivan Naatz (PV) também apoiaram as reivindicações dos policiais militares, civis, bombeiros e técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP).
“(O governador) tem graves dificuldades de ouvir as pessoas, e entidades são pessoas, se queremos errar menos e acertar mais, temos de ter o princípio forte de ouvir”, ponderou Schuster, que elogiou Lima pela defesa dos interesses dos policiais.
A bancada do PSL está praticamente unida, dando força à reposição. “Todos os deputados estão apoiando a causa da segurança pública”, declarou Estevão, ao que foi seguido por Alba: “Somam seis anos sem reposição inflacionária, não culpo o atual governo, mas a solução terá de vir do atual governo”.
A polícia civil, segundo o deputado Ivan Naatz, “é massacrada pela falta de atenção, da mesma forma os professores, mas agora temos uma grande oportunidade, temos alguns deputados do PSL que são do partido do governador e o governador é um policial, embora seja um coronel, aposentado muito jovem, certamente também sente os desafios da reposição inflacionária”, argumentou.
O grande impasse para a reposição são os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo já pegou uma folha com mais de 50% e conseguiu reduzir. “A expectativa é de que em outubro fique dentro do limite para que o governo possa conversar com as categorias para ver o que é possível. O diálogo é o melhor caminho”, insistiu Eskudlark, que alivia a pressão sobre o governador Moisés.