Conscientização ambiental e economia que caminham lado a lado

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Programas que estimulam a coleta seletiva transformam Içara em referência no assunto na região

Enquanto muitos municípios sofrem para implantar ou então estimular a coleta seletiva, Içara se tornou uma referência em todo o Sul do Estado. Isso porque além do volume recolhido, os moradores se beneficiam pelas facilidades e até mesmo por benefícios que atingem o bolso, e também aos catadores, que recebem importantes recursos.

O Coleta Seletiva Porta a Porta, também chamado de Recicla Içara, foi implantado em outubro de 2017, e atualmente abrange 16 localidades do município. De acordo com a responsável pela coleta seletiva e educação ambiental da Fundai, Taynan Toretti, em média 16 toneladas de resíduos são recolhidos por mês nas 16 localidades.

Na segunda-feira, o caminhão atende as localidades de Bairro Aurora, Vila Nova, Ana Eliza e Loteamento Jussara. Na terça-feira, os bairros Presidente Vargas, Planalto, Centro e Raichaski. Na quarta-feira: Centro, Cristo Rei e Primeiro de Maio. Já na quinta-feira, os bairros Tereza Cristina, Jardim Silvana, Nossa Senhora de Fátima e Liri são atendidos. Enquanto na sexta-feira, os bairros Jaqueline e Jardim Elizabete recebem a visita do caminhão. “Na coleta seletiva Porta a Porta, existe uma projeção de ampliação dos bairros a gente quer passar em maior número de bairros”, explica.

Reciclou Levou

Já o projeto “Reciclou Levou” permite que comunidade e empresas possam trocar todo tipo de material reciclado por dinheiro para gastar na feira da agricultura familiar. Cada quilo de item reciclável (seja vidro, plástico, papelão, alumínio) pode ser trocado por R$ 0,50 de “vale-feira”.

A ideia é trabalhar com três eixos fundamentais: a conscientização ambiental, já que todo o lixo recolhido será descartado corretamente e vira produto reciclável; a geração de renda para os catadores; e o eixo do fomento da agricultura familiar. A proposta é realizada ao lado da rodoviária, todas as sextas, das 7h às 11h. Todos os meses, são recolhidas cerca de 18 toneladas de resíduos.

“A Associação de Catadores do Município faz a separação e a venda do material”, explica Taynan. Ela conta que todo o recurso da venda, tanto da coleta quanto do receptor, fica para a associação de catadores. “O centro de triagem é um pavilhão na Urussanga Velha. É interessante a participação de todos no Reciclou Levou. Além disso, é importante que os resíduos estejam limpos para facilitar no processo de separação no centro de triagem”, conta.

“O Reciclou Levou a gente levou para Esplanada e para o Campo Mãe Luzia. Foram duas experiências, mas agora a gente vai permanecer com o programa no Centro, pois não vemos necessidade de ampliação no momento”, conta.

Sacola Verde

Uma outra iniciativa é a Sacola Verde da Fundação do Meio Ambiente, que já tramita na Câmara Municipal e tem a adesão prévia de pelo menos quatro empresas. Conforme o presidente da Fundai, Luciano Serafin, 20% do empacotamento das compras deverá ser realizado com o novo material a partir da aprovação da lei. Em contrapartida, os mercados terão desconto de 20% na licença para o funcionamento.

“Nossa intenção é que o cidadão descarte o lixo reciclável nas sacolas do programa e os orgânicos em sacolas comuns, facilitando assim o trabalho dos catadores na hora da coleta seletiva”, completa.

“Na medida em que o cidadão tem em casa as duas sacolas, ele selecionará melhor o seu lixo. Nós acreditamos que isso irá melhorar significativamente a coleta”, indica o prefeito Murialdo Canto Gastaldon.

O texto ainda será submetido a votação dos vereadores para depois ser transformado então em lei.