Mulheres Afro-Latino-Americano e Caribenha recebem homenagem

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Glades Alzira Costa, Ivana Beatriz dos Santos, Janaína Damásio, Teresinha Martins e Valdirene Anacleto foram homenageadas no Legislativo criciumense

“Nós precisamos nos enxergar como mulheres negras, e as mulheres não negras têm que entender o privilégio que elas vivem em não tem a nossa cor de pele. As oportunidades que nos são negadas, os espaços, os direitos, são pela nossa cor de pele”. Essa foi a fala de Janaína Damásio Vitório, em vídeo reproduzido durante Sessão Especial no Legislativo.

Ela foi uma das homenageadas, por proposição do vereador Aldinei Potelecki (PRB). “Representamos muitas que não estão aqui. Somos muitas, e hoje, cada uma de nos contribuiu para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e humana, para transformação contínua e melhora constante em nossa sociedade”, acrescentou Janaína.

No plenário da Casa, Glades Alzira Costa, Ivana Beatriz dos Santos, Janaína Damásio, Teresinha Martins e Valdirene Anacleto receberam homenagem em alusão ao Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.

O objetivo da solenidade é ampliar e fortalecer as organizações de mulheres negras do Estado, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais.

A presidente do Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial (Compirc), Conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, ambos do município de Criciúma, e presidente da ONG de Mulheres Negras prof. Maura Martins Vicência, Maria Estela Costa da Silva, lembrou que este ato é de movimento. “Mas ainda não conseguimos a visibilidade tão sonhada. É preciso ter lugar para nós. Penso que somos humanos e podemos sim, caminhar lado a lado. Queremos respeito, o nosso lugar. Que negros e brancos possam caminhar lado a lado”, comentou.

O vereador Aldinei Potelecki (PRB), autor da homenagem, enfatizou as conquistas de cada uma. “Que a vida e luta dessas mulheres venham servir de inspiração para todos nós”.

O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra.

A fim de discutir as questões étnico-racial, de gênero e xenofobia, a data foi sancionada, no Brasil, em 2014, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza tornou-se símbolo de liderança e luta pela liberdade devido à sua trajetória no século XVIII. Benguela resistiu à escravidão por mais de 20 anos e chefiou a estrutura econômica, administrativa e política da comunidade.