Ações reuniram pacientes e médicos para alertar sobre diagnóstico tardio e acolhimento
Criciúma
Quem participou do “Piquenique Maio Roxo” em Criciúma, no domingo (18), viu de perto um encontro marcado por empatia, conscientização e troca de experiências. A ação foi organizada pela Associação de Pessoas com Doenças Inflamatórias Intestinais de Santa Catarina (DIISC), no Parque da Prefeitura Municipal, das 10h às 12h. O objetivo foi promover visibilidade para doenças como a doença de Crohn, retocolite ulcerativa e também a doença celíaca, que ganhou destaque paralelo com o Maio Celíaco.
Estiveram presentes a gastroenterologista Gabriele Braz e a coloproctologista Rayssa Prá Buss. Para a vice-presidente da DIISC, Marina Amboni Marcelino Silvestrini, a mobilização tem um peso simbólico: “A luta é constante e muitas vezes invisível. Exige coragem, tratamento adequado, compreensão e apoio da sociedade”.
A data dialoga diretamente com o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, celebrado nesta segunda-feira (19). Segundo Marina, as atividades do Maio Roxo “vão além de uma campanha de saúde. Simbolizam um movimento de empatia e acolhimento para os que convivem com essas condições diariamente”.
No mesmo mês, outra condição crônica ganhou foco: a doença celíaca. A enfermidade, causada por uma reação autoimune ao glúten — proteína presente no trigo, centeio e cevada — danifica o intestino delgado e afeta a absorção de nutrientes, provocando impactos diretos na qualidade de vida dos pacientes.
Os sintomas mais comuns incluem diarreia crônica, distensão abdominal, perda de peso e anemia. No entanto, sinais atípicos como fadiga crônica, aftas, osteoporose precoce e alterações de humor também podem indicar a doença, o que contribui para atrasos no diagnóstico — que pode levar até 13 anos após os primeiros sintomas, segundo estudos internacionais.
No Brasil, estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas possam ter a doença celíaca, mas entre 75% e 90% dos casos permanecem sem diagnóstico. A falta de dados nacionais e a diversidade de manifestações dificultam a identificação precoce. Para diagnosticar corretamente, é preciso atenção à história clínica e a realização de exames laboratoriais específicos que detectam anticorpos associados à condição.
Ao reunir diferentes frentes de visibilidade em um único mês, o Maio Roxo se fortalece como uma campanha unificada de alerta sobre doenças intestinais. O foco é ampliar o acesso à informação, reduzir o tempo de diagnóstico e oferecer suporte digno a quem convive diariamente com essas condições.