Observatório Social alerta para aumento de 13,62% nos gastos e sugere cortes
Criciúma
A Câmara de Vereadores de Criciúma registrou despesas superiores a R$ 21 milhões no ano de 2024. O montante foi divulgado pelo Observatório Social de Criciúma, organização que monitora os gastos públicos na cidade, e representa um crescimento de 13,62% em comparação ao ano anterior.
Na segunda-feira (10), o presidente do Observatório, Moacir Dagostin, reuniu-se com o presidente da Câmara, Marcio Daros (PSD). Durante o encontro, foi apresentado um relatório detalhado sobre os custos do legislativo municipal, além de temas como a redução do número de assessores.
“Consideramos que uma Câmara que gasta R$ 1,8 milhão mensalmente está utilizando muito dinheiro. No ano passado, o total foi de R$ 21.437.000,00, um aumento de 13,62% em relação a 2023, quando foram gastos R$ 18.800.000,00. É necessário mais racionalização. Já propusemos que o repasse anual de 5% fosse reduzido para 2,5%”, afirmou Moacir.
Redução de assessores
O Observatório Social também recomendou a diminuição do quadro de assessores. Atualmente, a Câmara de Criciúma possui 41 servidores comissionados, dos quais 34 exercem funções de assessoria.
“Defendemos que haja um assessor por vereador. No entanto, o presidente acredita que são necessários mais profissionais. Concordamos que é essencial contar com servidores tecnicamente qualificados. Atualmente, a maioria tem perfil político. É preciso mais assessores com formação técnica”, explicou Moacir.
O presidente do Observatório sugeriu ainda uma mudança na legislação interna da Câmara para que os assessores contratados tenham formação específica na área de atuação. A proposta foi discutida com o vereador Márcio.
“Se o assessor atuar na área jurídica, deve ter formação em Direito. O mesmo vale para educação, saúde e cultura. Não há necessidade de ampliar o quadro, pois já há muitos servidores. Ele [Marcio] concordou com essa visão”, disse.
Revisão salarial
Outra demanda do Observatório é a revisão do plano de carreira dos 17 servidores efetivos da Câmara. Moacir destacou que os salários são elevados, com o menor valor sendo R$ 8,2 mil. “Há funcionários efetivos recebendo mais de R$ 30 mil. Embora sejam poucos, os valores são altos. Existem salários de R$ 15 mil, R$ 19 mil, R$ 31 mil e até R$ 35 mil”, concluiu.