Projeto realizado na Penitenciária Feminina de Criciúma recebeu recursos pecuniários da comarca local
Criciúma
Um projeto de atividades manuais desenvolvido na Penitenciária Feminina de Criciúma, no sul do Estado, tem mudado a rotina das detentas e está trazendo benefícios significativos para a comunidade local. Idealizado pela própria unidade prisional, o Projeto Artesanato visa inserir as reeducandas em um trabalho voluntário de artesanato voltado à sociedade. Nesta semana, 50 kits com peças em lã para crianças foram entregues à Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc).
Os materiais necessários para a execução do projeto foram adquiridos com verbas oriundas de transações penais da comarca local. Esses recursos, provenientes de penas pecuniárias a condenados por crimes de menor potencial ofensivo, são direcionados a um fundo destinado a apoiar projetos de entidades filantrópicas e de cunho social. A penitenciária, então, foi contemplada com um montante suficiente para a compra de lã, linha e outros insumos necessários às atividades de artesanato.
O Conselho da Comunidade teve um papel crucial no sucesso do projeto. Além de facilitar o repasse das verbas, foi responsável pela aquisição dos materiais e pela qualificação das mulheres. “Por meio do Conselho, foi possível ensinar as técnicas de artesanato e garantir que as reeducandas pudessem desenvolver suas habilidades de forma adequada”, explica a juíza Débora Zanini, responsável pela Vara de Execuções Penais da comarca de Criciúma.
Os kits com peças em tricô e crochê serão distribuídos entre a população carente da cidade. Segundo a magistrada, a participação das reeducandas não só proporciona um aprendizado valioso de técnicas artesanais, como também oferece uma oportunidade de devolver algo de bom à sociedade. “É uma forma de as reeducandas aprenderem um ofício e retribuírem à sociedade, já que estavam em falta com ela. A iniciativa de confeccionar kits infantis para doação partiu delas mesmas, o que torna o projeto ainda mais especial”, destacou Débora.
De acordo com a juíza, a entrega dos kits à Afasc de Criciúma marca um importante passo na trajetória de ressocialização das detentas e demonstra o potencial transformador de iniciativas como esta. “O Projeto Artesanato não só promove a reintegração social das reeducandas, como também beneficia diretamente a comunidade carente, criando um ciclo virtuoso de solidariedade e aprendizado”, conclui.