Secretários e pré-candidatos trocam acusações sobre responsabilidades e soluções para o problema de saúde pública
Criciúma
A discussão sobre as filas para cirurgias em Criciúma e no estado de Santa Catarina ganhou destaque na última semana, envolvendo o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, o pré-candidato a prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola (PSD), o vereador Júlio Kaminski, e o secretário municipal de Saúde de Criciúma, Deivid Freitas. As falas dos agentes públicos e políticos levantaram questões sobre a gestão da saúde e as responsabilidades das esferas estadual e municipal.
Contexto da Polêmica
Na manhã de quinta-feira (11), durante entrevista à Rádio Som Maior, o pré-candidato a prefeito de Criciúma, Vagner Espíndola, conhecido como Vaguinho, criticou a gestão da saúde no estado, afirmando que a fila para cirurgias ortopédicas não diminuiu nos últimos cinco anos. Ele mencionou o programa estadual “Zera Fila”, que prometia acelerar as cirurgias eletivas, mas que, segundo ele, não trouxe resultados. “Não estamos falando só de Criciúma, estamos falando do estado como um todo. O tal do Zera Fila prometido, até agora não veio. Estão enxugando gelo”, disse Vaguinho.
As declarações de Vaguinho provocaram uma resposta do secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, que emitiu uma nota destacando os investimentos e ações realizadas pela secretaria. Demarchi mencionou que o governo estadual repassa mais de R$ 12 milhões mensais ao Hospital São José, enquanto a contribuição do governo municipal é de apenas R$ 50 mil. “A SES reforça que nunca se executou o volume de cirurgias eletivas no território catarinense como está ocorrendo nos anos de 2023 e 2024. Desde janeiro de 2023, o Governo de Santa Catarina criou a Tabela Catarinense de Procedimentos Cirúrgicos Eletivos, que oferece pagamento complementar que pode chegar a doze vezes a tabela do SUS. Além disso, aumentamos em 183 o número de leitos de UTI no estado e incluímos seis novos hospitais na rede SUS”, detalhou Demarchi.
Reação do secretário municipal
Na sequência, o secretário de Saúde de Criciúma, Deivid Freitas, respondeu à nota divulgada pela SES. Ele destacou que tanto o Estado quanto o município estão fazendo sua parte, mas a alta complexidade dos procedimentos cirúrgicos tem sido um desafio. “Hoje nós temos essa consulta ambulatorial que ultrapassa 5 mil pacientes aguardando, inclusive desde 2017. E o município vem fazendo o que é de sua competência”, afirmou Freitas. Ele também ressaltou que o município investe R$ 1,8 milhão mensalmente nas três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Criciúma, que atendem cerca de 5 mil pacientes por mês.
O vereador Júlio Kaminski, também possível pré-candidato pelo PP, entrou na discussão. Ele destacou a necessidade de parar de atribuir responsabilidades e focar em soluções práticas. “Nós temos que parar com essa hipocrisia de ficar jogando responsabilidade para A ou para B. As pessoas daqui precisam ser atendidas. Vamos resolver a fila. Vamos encerrar esse assunto e recomeçar do zero, não a fila, mas o trabalho de prevenção”, disse Kaminski.